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Pyongyang ameaça EUA com "mais presentes" caso mantenham provocações

A Coreia do Norte afirmou esta terça-feira que o recente ensaio nuclear serviu para transmitir uma mensagem direta aos Estados Unidos, avisando Washington que terá "mais presentes" caso mantenha as "provocações imprudentes" e as "pressões" sob a forma de sanções.

SOUTH KOREA DEFENSE MINISTRY / H

"As recentes medidas de autodefesa do meu país são um presente dirigido apenas aos Estados Unidos. Os Estados Unidos vão receber mais presentes do meu país caso mantenham as provocações imprudentes e as inúteis tentativas de pressionar a Coreia do Norte", afirmou o embaixador norte-coreano junto das Nações Unidas, Han Tae-Song.

O representante de Pyongyang declarou-se orgulhoso ao dizer que "há apenas dois dias, a 3 de setembro, a Coreia do Norte realizou com sucesso um teste de uma bomba de hidrogénio para um míssil balístico intercontinental".

O embaixador norte-coreano assegurou que desta forma o regime liderado por Kim Jong-un está "mais próximo de concluir uma força nuclear estratégica".

E realçou que todas as medidas militares adotadas pelo regime de Pyongyang constituem "um exercício legítimo e justo na autodefesa de um Estado soberano para fazer frente a uma ameaça nuclear cada vez maior e a uma política hostil de isolar e de desestabilizar a Coreia do Norte, que já dura há uma década".

"Em vez de reconhecer o meu país como um Estado e avançar para uma coexistência pacífica, os Estados Unidos têm avançado com provocações não relacionadas com o objetivo de realizar um ataque nuclear preventivo contra o meu país", prosseguiu o representante diplomático.

Na mesma intervenção, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desarmamento, o embaixador norte-coreano voltou a rejeitar categoricamente as resoluções adotadas no seio do Conselho de Segurança da ONU para impor sanções à Coreia do Norte.

"A pressão ou as sanções nunca irão funcionar", frisou Han Tae-Song, assegurando que Pyongyang "não irá recuar nem um milímetro, a menos que a política hostil e a ameaça nuclear dos Estados Unidos contra a Coreia do Norte sejam completamente eliminadas".

Na mesma conferência, o representante norte-americano, Robert Wood, respondeu e declarou que o regime norte-coreano não tem manifestado abertura para um diálogo.

"Tentamos no passado conversar com o regime da Coreia do Norte, que não tem nenhum interesse no diálogo e que continua com os seus programas de mísseis balísticos", indicou o embaixador.

"Para responder a este sério desafio, teremos de fazer tudo o que pudermos para aprofundar o seu isolamento diplomático e económico", disse Wood.

E concluiu: "Agora é o momento de dizer ao regime [da Coreia do Norte] que as provocações, as ameaças e as ações desestabilizadoras não serão mais toleradas".

A Coreia do Norte anunciou ter realizado no domingo passado um novo (o sexto) ensaio nuclear, o mais potente até à data, com um dispositivo termonuclear que, segundo o regime de Pyongyang, pode ser instalado num míssil intercontinental.

A intensificação dos testes de armamento da Coreia do Norte, que na passada terça-feira disparou um míssil balístico que sobrevoou o Japão antes de cair no oceano Pacífico, suscitou a condenação da comunidade internacional e ameaça desencadear uma corrida ao armamento naquela região.

Lusa

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