"Anualmente, em média, 145.906 mulheres foram vítimas diretas de algum tipo de violência sexual, 12.158 por mês, 400 por dia, 16 por hora", disse a diretora para a Colômbia da organização não-governamental (ONG) Oxfam, Aida Pesquera, no Museu Nacional de Bogotá, onde os resultados da sondagem foram apresentados.
O "inquérito sobre prevalência da violência sexual contra as mulheres no contexto do conflito armado colombiano 2010-2015" foi realizado por 12 organizações de mulheres e pela ONG Oxfam.
O inquérito, com uma margem de erro de 6%, foi realizado junto de 1.954 mulheres, com idades entre os 14 e os 44 anos, residentes em sete capitais de departamentos do país e em outros municípios afetados pelo conflito armado.
Os atos de violência incluídos foram violação, prostituição forçada, gravidez forçada, aborto forçado, esterilização forçada, assédio sexual, serviços domésticos forçados e controlo da vida social.
Um total de 64,2% das mulheres disse ter sofrido de controlo da vida social, o que foi definido pelo relatório como o estabelecimento de padrões de comportamento e conduta social "mediante uso de força ou ameaça", tal como acontece com o "controlo da sexualidade e regulação da vida afetiva".
As outras condutas mais frequentes de violência sexual que as inquiridas afirmaram ter sofrido foram assédio sexual (45,2%), violação (16,8%) e serviços domésticos forçados (13,9%). Segundo o inquérito, 78% das mulheres que garantiram ter sofrido violência não fizeram qualquer denúncia às autoridades.
Lusa