A nomeação de Lecointre foi confirmada hoje pelo porta-voz do Governo francês, Christophe Castaner.Lecointre, que provém da Infantaria de Marinha (fuzileiros navais), serviu no Ruanda (Operação Turquesa), em Sarajevo durante a guerra na antiga Jugoslávia, nos anos 1990, e recentemente liderou a missão no Mali para combater os extremistas islâmicos.
O general passou a ocupar cargos mais políticos em 2016, nomeadamente chefe do gabinete de assuntos militares do primeiro-ministro Manuel Valls, depois de Bernard Cazeneuve e ainda do gabinete de Edouard Philippe.
O seu antecessor, o general Pierre De Villiers, apresentou a demissão em conflito com o Presidente Emmanuel Macron por causa de cortes orçamentais nas Forças Armadas.
A posição de De Villiers representa um novo problema para a nova administração de Macron, empenhada em várias reformas económicas.
O gabinete de Macron tentou desvalorizar a tensão em torno da demissão de De Villiers, mas os comentadores franceses especializados na área da Defesa descrevem a disputa entre o general e o Presidente como uma crise séria.
O general fez críticas aos cortes orçamentais no decorrer de uma comissão parlamentar à porta fechada, na semana passada.
No entanto, uma fuga de informação fez chegar as acusações à imprensa.
Macron repreendeu publicamente o general De Villiers, afirmando: "não é dignificante divulgar certo tipo de debates na esfera pública. Comprometi-me (com os cortes orçamentais). Sou eu o patrão".
O Presidente prometeu aumentar os gastos na Defesa para 2% do PIB até 2025, para cumprir com os compromissos da França junto da NATO, mas o ministro das Finanças de França anunciou na semana passada que a despesa militar deste ano teria um corte.
Lusa