"Com base nos primeiros elementos do inquérito preliminar", aberto a 13 de março, a Procuradoria de Paris decidiu "abrir uma informação judiciária contra desconhecidos por favoritismo", segundo um comunicado.
Em causa está um evento organizado a 6 de janeiro de 2016 em Las Vegas, quando decorria o Consumer Electronics Show (CES), a maior feira de inovação tecnológica, no qual Macron se reuniu com dirigentes de startups (empresas emergentes) francesas.
A Business France, a agência pública dirigida na altura pela atual ministra do Trabalho, Muriel Pénicaud, é suspeita de ter infringido a regulamentação sobre mercados públicos ao não lançar um concurso público para a organização do evento, entregue à empresa de comunicação Havas em dezembro de 2015.
"As condições concorrenciais não foram garantidas entre os três prestadores contactados", Havas, Apco e Publicis, concluiu em julho de 2016 uma auditoria do gabinete legal E&Y.
Divulgada pelo diário Libération, a auditoria revelou que não existiu "nenhuma requisição, orçamento, contrato ou fatura", uma situação suscetível de envolver "responsabilidade penal dos envolvidos".
Muriel Pénicaud é suspeita de ter sido informada previamente daquelas irregularidades e de ter retardado a comunicação ao conselho de administração do relatório da auditoria, assim como de, ao fazê-lo, ter apresentado um resumo truncado do mesmo.
Neste quadro, é possível que a ministra venha a ser formalmente acusada com base em "indícios graves e concordantes".
O inquérito visa também apurar que papel desempenharam no caso alguns membros do gabinete de Macron no Ministério da Economia.
Lusa