"Pela minha parte, sublinhei que a separação de poderes e a liberdade de expressão devem ser asseguradas" na revisão constitucional pretendida por Erdogan e que vai ser submetida a referendo em abril, sublinhou Merkel numa referência ao plano de alterações constitucionais destinadas a reforçar o poder do Presidente e que já foram aprovadas pelo parlamento de Ancara.
A chanceler alemã, em visita oficial à Turquia, também manifestou inquietação sobre a situação da liberdade de imprensa na Turquia e a acreditação de jornalistas alemães no país, após alguns verem rejeitadas as acreditações para o seu trabalho em 2017.
Merkel disse que o referendo sobre reformas constitucionais poderá ser monitorizado por uma delegação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) "para que seja garantido o que o povo pretende".
A dirigente alemã, que previamente se reuniu com representantes de dois partidos da oposição, acrescentou que "a oposição pertence a um Estado democrático", numa referência velada à vaga de purgas, demissões forçadas e prisões, incluindo de deputados do partido de esquerda pró-curdo HDP, na sequência do falhado golpe de Estado de 15 de junho e da vaga de atentados bombistas no país.
Erdogan respondeu que a separação de poderes vai ser assegurada pela nova Constituição, com outros centros de poder que vão conviver com a presidência. "O poder legislativo permanece. Tal como o executivo e o judicial. A sua dissolução (...) está fora de questão", assinalou Erdogan.
Lusa