A ligação pessoal de Ellsworth Beaumont com o cancro da mama fê-la pesquisar mais sobre o assunto. "As minhas duas avós morreram de cancro da mama e, quando morreu a segunda, achei que tinha de estar mais informada", explicou. Mas não conseguiu encontrar um folheto ou site que apresentasse essas respostas de forma simples e fáceis de entender.
Quando começou a mergulhar na sua pesquisa, encontrou as barreiras que existem ao se comunicar com o público sobre o cancro da mama. Descobriu o medo de falar sobre os seios, a censura das imagens do seio e o analfabetismo, obstáculos na partilha de informação.
Mas a sua pesquisa deixou-a ainda com mais perguntas do que tinha antes de começar. "Queria saber o que se deve procurar e sentir num auto-exame e quando a altura certa para se fazer uma mamografia."
Como designer, ela queria poder sensibilizar para o cancro da mama, de forma interessante e informativa.
Os caroços são o sinal mais comum, mas nem sempre são de fácil deteção. Outros sintomas podem ser observados, em vez de sentidos.
Corrine Ellsworth Beaumont criou, então, uma série de imagens mostrando exemplos menos frequentes: reentrâncias, feridas na pele, saliências, um mamilo invertido, uma secreção incomum, uma erupção ou crostas, vermelhidão ou calor, utilizado limões.
"O limão, parece um peito, tem pele, poros e um mamilo, e o seu interior também se parece com a anatomia interior de um peito", disse a autora da campanha.
Passou horas em bibliotecas e consultórios de médicos a aprender a identificar sinais e sintomas da doença. Fez uma mamografia. Também descobriu que os caroços cancerígenos são duros e imóveis - algo semelhante a um caroço de limão.
"Os limões são uma imagem amigável, são amarelos, alegres, diferente das campanhas sombrias a que estamos acostumados. Acho que a razão pela qual a campanha se tornou viral se deve a que as pessoas podem observar as imagens sem ter que ler nada. Num minuto, podem aprender todos os sintomas do cancro da mama sem sentir que estão a ser ensinadas.
Ellsworth Beaumont espera que esta campanha sirva para as pessoas se instruírem, partilharem com outras mulheres e fazerem doações, para que quem não tem acesso a redes sociais possa também beneficiar com estas imagens.
A campanha chegou a 7,3 milhões de pessoas com apenas três publicações no Facebook.