"Aparentemente [a chacina em Roraima] não foi uma retaliação do PCC [Primeiro Comando da Capital] em relação à Família do Norte [FDN]", disse o ministro.
Segundo Alexandre Moraes, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo "houve a separação das fações, então todos [os presos mortos] eram da mesma fação, todos eram ligados ao PCC", disse.
A imprensa local tinha atribuído o mortífero motim a uma resposta à violência ocorrida esta semana numa outra prisão, na cidade de Manaus, onde morreram 56 reclusos.
Imagens da prisão de Roraima divulgadas pela imprensa local confirmaram a tese de que houve uma chacina já que mostram dezenas de presos ensanguentados ao longo dos corredores da prisão e alguns corpos decapitados.
Em menos de uma semana motins prisionais provocaram pelo menos 95 mortos nas regiões norte e nordeste do Brasil.
Destes, 60 presos foram assassinados em duas cadeias do estado Amazonas, 33 em Roraima e outros 2 no estado nordestino de Paraíba.
Os motins prisionais evidenciam a crise do sistema penitenciário brasileiro, cujas prisões estão superlotadas com milhares de presos vivendo em condições sub-humanas.
O Governo federal lançou ontem um plano de segurança nacional, mas não houve sinal de que a iniciativa irá conter no curto prazo a guerra entre membros do PCC, Comando Vermelho (CV) e FDN, consideradas atualmente as três grandes fações que disputam o controlo do tráfico de drogas no Brasil.
Lusa