Mundo

Moscovo diz ser demasiado cedo para afirmar quem está "por detrás" do assassinato do embaixador russo

O Kremlin declarou esta quarta-feira ser demasiado cedo para afirmar quem está "por detrás" do assassínio do embaixador russo na Turquia, quando Ancara voltou a apontar o dedo ao religioso turco no exílio Fethullah Gulen.

Burhan Ozbilici/Turkey

"Moscovo considera ser preciso esperar os resultados do trabalho do grupo de inquérito (russo-turco), que começou terça-feira em Ancara", disse à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Não se devem tirar conclusões apressadas enquanto o inquérito não determinar quem esteve por detrás do assassínio do nosso embaixador", acrescentou.

Na terça-feira, o chefe da diplomacia turca afirmou ao homólogo norte-americano que a rede do clérigo Fethullah Gülen, perseguido por Ancara, está "por detrás" do assassínio do embaixador da Rússia na Turquia, indicou a agência pró-governamental Anadolu.

Durante um contacto com John Kerry, o ministro Mevlüt Cavusoglu declarou que "a Turquia e a Rússia sabem que por detrás do ataque contra o embaixador da Rússia em Ancara Andrei Karlov está a FETO", sigla que designa a rede de Gülen, segundo a Anadolu.

Na segunda-feira, um jovem polícia turco, Mevlüt Mert Altintas, matou com vários disparos o embaixador russo em Ancara, Andrei Karlov, afirmando pretender vingar a cidade de Alepo, em vias de ser totalmente controlada pelo regime sírio, apoiado por Moscovo.

O funeral do embaixador russo na Turquia vai ser oficiado na quinta-feira pelo patriarca da Igreja Ortodoxa russo, Kiril, disseram fontes do patriardo russo.

A missa vai realizar-se na catedral de Cristo Salvador, principal templo ortodoxo russo em Moscovo. Antes, vai decorrer na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros uma cerimónia oficial de homenagem a Andrei Karlov.

O Presidente russo, Vladimir Putin, adiou a tradicional conferência de imprensa anual, que devia realizar-se na quinta-feira, para assistir às cerimónias fúnebres.

Lusa

Últimas