A situação geográfica desta cidade de sete milhões de habitantes, encaixada entre as montanhas da cordilheira dos Andes, perturba a renovação do ar, o que tem motivado das autoridades locais esforços, velhos de anos, para procurar contrariar a situação.
Em junho de 2015, e depois em junho último, Santiago foi mesmo colocada em "estado de urgência ambiental", suspendendo a circulação de 40% do parque automóvel, devido a situações de poluição intensa.
O plano "Santiago Respira", dotado de um orçamento de mil milhões de dólares (892 milhões de euros), para um período de 10 anos, e financiado por fontes públicas e privadas, pretende reduzir em 60% os níveis de partículas finas ou de dimensão inferior a 2,5 microns (milésima parte do milímetro), suscetíveis de penetrar nas vias respiratórias e afetar a saúde dos habitantes, quatro mil dos quais morrem em cada ano devido à poluição.
"É um plano que nos vai permitir fazer um avanço significativo na despoluição de Santiago", afirmou, em conferência de imprensa, o ministro do Ambiente, Pablo Badenier.
O plano prevê a proibição de circular na cidade entre maio e agosto, que são os meses de mais forte poluição, para os automóveis fabricados antes de 2012, o que vai afetar cerca de 200 mil dos 1,9 milhões que todos os dias circulam na capital.
É também interdita, durante todo o ano, a utilização de madeira para aquecimento, como fazem numerosas famílias nos bairros ricos de Santiago, situados nas zonas mais altas e, portanto, menos afetadas pela poluição.
"Um terço da poluição é gerado por 119 mil habitações", sublinhou o governador de Santiago, Claudio Orrego.
O plano contempla ainda a proibição de circulação de camiões no centro de Santiago, ajudas à compra de veículos menos poluentes e um objetivo de redução em 30% das emissões das principais unidades industriais da cidade.
Lusa