"O pedido de extradição foi recebido quarta-feira e comunicado ao Ministério da Justiça", indicou uma fonte diplomática helénica à AFP.
Esse pedido deve ser encaminhado na sexta-feira para o Ministério Público para análise, afirmou a advogada do grupo, Stavroula Tomara, à agência noticiosa francesa.
A Turquia suspeita que os oito militares participaram no golpe de Estado fracassado, algo que os mesmos negam.
Na sexta-feira, o serviço de asilo vai realizar as audiências previstas com os oito homens - dois comandantes, quatro capitães e dois sargentos - para avaliar os seus pedidos.
O capitão Feridun Coban vai ser o primeiro a ser ouvido no âmbito desse procedimento inicial, pelo qual vão passar os oito até ao próximo dia 30, detalhou Tomara.
Uma decisão sobre o pedido de asilo não deve ser tomada em menos de 15 dias, precisou ainda a advogada.
Os oito militares pediram asilo à Grécia após a aterragem do seu helicóptero Black Hawk na cidade de Alexandroupoli (nordeste da Grécia, perto da fronteira).
Segundo a advogada, que substituiu um primeiro defensor, os oito invocaram os riscos que correm no caso de serem repatriados para a Turquia, onde o governo tem levado a cabo uma purga em massa no exército, na função pública e no setor privado, após o fracassado golpe de Estado.
Tomara advertiu nomeadamente para a eventual restauração da pena de morte no país, evocada pelos dirigentes turcos.
Os militares turcos foram autorizados a aterrar pelas autoridades gregas após o envio de um sinal de alarme.
O tribunal de Alexandroupoli condenou-os a dois anos de prisão com pena suspensa por entrada ilegal no território grego, considerando o facto de os militares, que negam ter participado na abortada tentativa de golpe, referirem que se sentiram ameaçados.
Este caso ameaça agravar as já delicadas relações entre Atenas e Ancara, dois aliados na NATO, e após as autoridades turcas terem designado os oito homens de "terroristas".
Lusa