A Wikileaks indicou que os emails são provenientes do domínio na internet do partido, e que estão relacionados, sobretudo, com assuntos internacionais e não com "os assuntos internos mais sensíveis", de acordo com a agência France Presse.
A mesma fonte acrescentou que os emails datam de entre 2010 e 6 de julho deste ano, e foram obtidos antes da tentativa de golpe de Estado de 16 deste mês.
"A Wikileaks decidiu antecipar o calendário da sua publicação em resposta às purgas pós-golpe por parte do Governo", afirmou o portal comprometido com a defesa da transparência num comunicado citado pela AFP.
A fonte dos emails "não está relacionada, em plano algum, com os elementos por detrás da tentativa de golpe, ou com qualquer partido político rival ou Estado", acrescenta a nota.
Uma fonte oficial turca fez saber que o site da Wikileaks está a ser bloqueado "devido à violação de privacidade e publicação de dados obtidos de forma ilegal", indicou a AFP sem identificar a fonte.
A Turquia foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado na sexta-feira à noite e madrugada de sábado, mas o Presidente, Recep Erdogan, e Governo recuperaram o controlo do país no sábado.
O último balanço do Governo turco aponta para 308 mortos entre revoltosos, civis e forças leais a Erdogan e mais de 1.400 feridos.
Segundo o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, mais de 7.500 pessoas foram detidas no âmbito do inquérito à tentativa de golpe de Estado na Turquia, incluindo 6.038 militares, 755 magistrados e 100 agentes da polícia.
Fundado em 2006 e lançado no ano seguinte pelo australiano, ex-pirata informático, Julian Assange, a Wikileaks ganhou notoriedade em 2010 quando divulgou um vídeo de um ataque aéreo de um helicóptero norte-americano em Bagdad, que matou dois jornalistas da agência de notícias Reuters.
Mais tarde no mesmo ano, o site divulgou dezenas de milhar de documentos militares internos norte-americanos relacionados com as guerras do Afeganistão e do Iraque, com detalhes de casos de abusos dos Direitos Humanos, tortura e mortes de civis.
Posteriormente, a Wikileaks divulgou 250 mil telegramas diplomáticos de embaixadas dos Estados Unidos em todo o mundo, publicação que causou embaraços sérios à política externa dos Estados Unidos.
Lusa