Num discurso ao país no palácio Cankaya, a residência oficial do primeiro-ministro, Yildirim classificou o golpe de Estado falhado como uma "mancha negra" na democracia turca, acrescentando que foram evitados "problemas sérios", refere a Agência France Presse.
De acordo com o primeiro-ministro, dos confrontos na noite de sexta-feira resultaram 161 mortos, números que excluem as baixas entre os militares revoltosos.
Há ainda 1.440 feridos e 2.839 militares detidos, suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe de estado que ocorreu na sexta-feira à noite.
"Esses cobardes vão ter o castigo que merecem", afirmou o chefe do Governo turco.
De acordo com a agência espanhola EFE, o primeiro-ministro turco adiantou que apenas 20 militares revoltosos morreram no decurso da tentativa de golpe de Estado, números que contrariam o balanço inicialmente avançado pelas Forças Armadas do país, que apontavam para 104 mortes de militares abatidos pelas forças leais ao presidente Erdogan.
Tal como o presidente Recep Tayyip Erdogan já havia feito, também Yildirim acusou o imã Fethullah Gulen , exilado nos Estados Unidos e antigo aliado de Erdogan, de estar por detrás da tentiva de golpe na Turquia.
A Turquia acusa Gulen de encabeçar uma "organização terrorista" e já havia anteriormente pedido aos Estados Unidos a extradição do imã, algo que os americanos recusaram.
"Um país que esteja ao lado de Fethullah Gulen não é nosso amigo", disse Yildirim, sem nomear os Estados Unidos, aliados da Turquia na NATO.
França e Itália já reagiram à tentativa de golpe de Estado, assinalando o reforço da democracia e das instituições.
Em comunicado, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Marc Ayrault, disse esperar que "a democracia turca saia reforçada", depois de uma tentativa de golpe contra "a ordem constitucional e democrática" na Turquia.
Acrescentou ainda que espera que "a calma possa regressar rapidamente" e que "as liberdades fundamentais sejam plenamente respeitadas" depois dos acontecimentos de sexta-feira, que merecem "a mais firme condenação da França".
"A população turca mostrou a sua grande maturidade e coragem, ao envolver-se na defesa das instituições. Pagou o preço com muitas vítimas", disse Jean-Marc Ayrault.
Do lado italiano, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paolo Gentiloni, telefonou hoje ao seu homólogo turco Mevlut Cavusoglu, a quem expressou a sua satisfação perante o fracasso do golpe de Estado, adiantou a AFP.
Gentiloni congratulou-se "pela mobilização popular e pela defesa das instituições".
Lusa