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Amnistia recorda "preocupações" de direitos humanos nos EUA, Cuba e Argentina

A Amnistia Internacional aproveitou "a histórica visita" do Presidente dos Estados Unidos a Cuba e à Argentina para relembrar as suas "preocupações", em matéria de direitos humanos, nos três países americanos.

Em carta aberta aos líderes dos três países -- Barack Obama (EUA), Raúl Castro (Cuba) e Mauricio Macri (Argentina) --, a Amnistia reconhece que a visita do Presidente dos EUA "é uma oportunidade de ouro para tentar resolver" alguns problemas e insta os três líderes a darem "prioridade" aos direitos humanos.

A organização internacional de defesa e promoção dos direitos humanos começa por apontar o dedo aos Estados Unidos, recordando que a prisão de Guantánamo, que Obama prometeu fechar, mantém-se em funcionamento.

"O facto de que ali continuam dezenas de detidos, seis anos depois do prazo fixado pelo Presidente Obama para o fecho do centro, representa um grande motivo de preocupação internacional", assinala a organização.

A Amnistia está também preocupada com o tratamento dado a migrantes e refugiados. "Quase 40 mil menores desacompanhados e 40 mil famílias foram detidos ao cruzarem a fronteira sul dos Estados Unidos, em 2015, muitas vezes em fuga da violência e da insegurança em El Salvador, Honduras, Guatemala e México", denuncia, criticando as condições dos centros de acolhimento dos EUA.

Também alvo de críticas é o embargo económico dos EUA a Cuba, que, por sua vez, é referida pelas "restrições à liberdade de expressão, associação e reunião", bem como pelas "detenções arbitrárias".

A organização reivindica ainda o acesso das organizações internacionais à ilha, vedado "há décadas", recordando que Cuba é o único país das Américas no qual a Amnistia não está autorizada a entrar.

Na Argentina, a Amnistia destaca o "progresso substancial" das investigações às violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar imposta com o golpe de Estado de 1976, mas recorda que "persistem desafios".

Por outro lado, os povos indígenas continuam a ser "tratados como cidadãos de segunda classe", critica.

Cerca de oito meses depois de Washington e Havana terem anunciado o restabelecimento de relações diplomáticas, Obama torna-se no primeiro chefe de Estado dos EUA, em funções, a pisar solo cubano desde a revolução castrista de 1959.

Obama e a família chegaram à ilha caribenha no domingo à tarde e ficam até terça-feira, seguindo depois para a Argentina.

Lusa

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