Entre os bens confiscados, incluem-se 1.500 salas de apostas e ainda perto de 60 sociedades, incluindo 11 que operavam no estrangeiro.
O procurador de Reggio Calabria (sul) emitiu igualmente 28 mandados de captura contra os principais responsáveis e impôs a outros 23 suspeitos diversas medidas, incluindo a prisão domiciliária ou a obrigação de se apresentarem à polícia, revelou a mesma fonte.
De acordo com o comunicado, todos estes suspeitos identificados com a Ndrangheta, a máfia calabresa, "exerceram de forma abusiva, com a ajuda de sociedades maltesas, a sua atividade no domínio dos jogos e apostas em todo o território nacional, lavando importantes quantidades de dinheiro de origem ilegal", precisa o comunicado.
"Contornaram as leis que regem o setor, realizando importantes lucros que foram de seguida reinvestidos na aquisição de novas sociedades e licenças para alargar ainda mais as suas atividades", acrescenta o comunicado.
O grupo "que controla sociedades na Áustria, Espanha e na Roménia, com uma sede estável em Malta, tinha igualmente operado no passado com licenças das Antilhas holandesas, do Panamá e da Roménia", segundo a mesma fonte.
Entre as 11 sociedades estrangeiras, seis são maltesas, duas romenas, duas outras espanholas e uma é austríaca.
"Foi um golpe muito forte desferido na 'Ndrangheta", felicitou-se o ministro do Interior, Angelino Alfano.
Há duas semanas, as autoridades italianas confiscaram bens num valor de 1,6 mil milhões de euros e que pertenciam a uma família mafiosa siciliana suspeita de pretender desviar a atenção do seu próprio império ao promover um combate contra a corrupção.
Segundo a direção antimáfia (DIA) de Palermo, trata-se de "uma das maiores apreensões jamais efetuadas", num total de 33 empresas, essencialmente no setor do cimento, centenas de casas, mansões e imóveis, 80 contas bancárias ou mais de 40 veículos.
Lusa