Oposição do Burkina Faso exige demissão do Presidente Blaise Compaoré
O líder da União para o Renascimento/Movimento Sankarista do Burkina Faso, Benewende Sankara, exigiu esta quinta-feira a demissão do Presidente Blaise Compaoré e agendou um encontro com o ex-ministro da Defesa, Kouame Lougue, para discutir a crise no país.
"A oposição exige a demissão do Presidente Blaise Compaoré para permitir que a calma seja restaurada", disse aos jornalistas Benewende Sankara, que lidera o Movimento Sankarista, criado em homenagem a um dos mais estimados líderes de África, Thomas Sankara.
Citado pela agência espanhola EFE, Benewende Sankara assegurou que "a união entre o exército e os populares" nas manifestações em que centenas de pessoas invadiram o Parlamento, impedindo um debate sobre uma proposta de revisão constitucional que permitiria a Blaise Compaoré manter-se no poder, que ocupa desde 1987.
A polícia teve de usar gás lacrimogéneo para impedir os manifestantes de entrarem na Assembleia Nacional antes da votação da alteração constitucional, mas ainda assim cerca de 1500 pessoas conseguiram romper a barreira policial e entrar no edifício.
Um homem morreu durante as manifestações em que os populares saquearam os gabinetes do Parlamento, queimaram documentos e roubaram equipamento informático, além de terem incendiado carros no exterior do edifício.
O Burkina Faso tem vivido um clima tenso devido à intenção do órgão legislativo de votar a alteração constitucional, que a União Europeia já disse que pode "pôr em causa a estabilidade, o desenvolvimento equitativo e o progresso democrático" neste país da África Ocidental.
Além da capital, os protestos alargaram-se à segunda cidade do país, Bobo Dioulasso, de acordo com a agência espanhola.
Blaise Compaoré subiu ao poder quando tinha 36 anos, após um golpe de Estado golpear o seu ex-aliado Thomas Sankara, que era na altura primeiro-ministro, mantendo-se, desde então no poder.
Desde 1991, conseguiu ser reeleito Presidente quatro vezes.
Em 2005, foi introduzida na constituição a figura da limitação de mandatos, que Compaoré pretende agora anular.
Lusa
Relacionados
Últimas