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Barroso lamenta divulgação "distorcida" e "fora do contexto" de conversa com Putin

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, lamentou hoje que uma conversa privada tida com o Presidente da Rússia tenha sido divulgada parcialmente, de forma "distorcida" e "fora do contexto".

© Jean-Marc Loos / Reuters

"No seguimento de vários contactos que tenho tido com o presidente Putin,  mas também com o presidente Poroshenko, informei os meus colegas do Conselho  Europeu dessa conversa e houve uma parte da conversa que foi citada publicamente  mas distorcida e completamente fora do contexto", declarou Barroso aos jornalistas  portugueses presentes na cimeira da NATO em Newport, no País de Gales. 

O ainda presidente do executivo comunitário referia-se a revelações  do jornal italiano "La Repubblica", que afirmou que Putin terá dito a Barroso  durante uma conversa telefónica "que podia tomar Kiev em duas semanas se  quisesse", declaração que o presidente da Comissão Europeia terá partilhado  no Conselho Europeu tido na semana passada. 

"Não é bom quando conversas confidenciais são parcialmente citadas e  ainda por cima parcialmente deturpadas", disse hoje Durão Barroso no primeiro  de dois dias de trabalhos da cimeira da NATO. 

O português reiterou a necessidade de se encontrar uma "solução política"  para a crise na Ucrânia, tendo dito que nos contactos com os presidentes  da Rússia e Ucrânia tem "em nome da União Europeia" procurado que "haja  um esforço para a paz". 

Sobre o eventual sucesso de um plano de paz para a zona, Barroso diz  ser ainda "muito cedo "para dizer se vai funcionar ou não, mas deixou um  alerta: "Já vimos num passado recente que às vezes as declarações não são  seguidas de efeitos práticos. Mas vamos esperar", sublinhou. 

O Presidente ucraniano afirmou já que será assinado na sexta-feira um  plano de cessar-fogo para terminar o conflito com os separatistas pró-russos no leste e que a NATO está disponível para apoiar militarmente a Ucrânia.

"Amanhã (sexta-feira) será assinado em Minsk um documento que prevê  a introdução gradual do plano de paz para a Ucrânia", afirmou Poroshenko  à margem da cimeira da NATO. 

Poroshenko, que se reuniu com os líderes dos Estados Unidos, Reino Unido,  Alemanha, França, Itália e França, afirmou que "é muito importante" que o primeiro passo num plano de paz garanta um cessar-fogo. 

O conflito no leste da Ucrânia, entre as tropas de Kiev e separatistas  pró-russos, causou perto de 2.600 desde meados de abril e centenas de milhares  de refugiados e deslocados. 

Lusa 

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