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Conselho de Segurança reúne-se para analisar comboio humanitário russo na Ucrânia

O Conselho de Segurança das Nações Unidas  vai reunir-se hoje para debater a entrada na Ucrânia de um comboio humanitário  russo sem o acordo de Kiev, que o classificou de "invasão". 

© Maxim Shemetov / Reuters

O Conselho vai reunir-se a pedido da Lituânia, às 15:00 locais (19:00  TMG), para discutir a entrada no leste da Ucrânia de camiões russos, que  a União Europeia qualifica como uma "clara violação" da fronteira entre  os dois países. 

Em conferência de imprensa, o embaixador adjunto da Ucrânia na ONU,  Oleksandr Pavlichenlo, considerou uma "violação flagrante da soberania"  da Ucrânia e Kiev reiterou que desconhece ainda o conteúdo do que é transportado  pelos camiões. 

"Há uma grande preocupação, pois até agora nem a parte ucraniana nem  a Cruz Vermelha sabem o que contém esse comboio", afirmou o ministro dos  Negócios Estrangeiros da Ucrânia, numa carta enviada aos membros do Conselho  de Segurança. 

O embaixador russo Vitaly Churkin forneceu uma listagem com as mercadorias  transportadas pelos camiões: geradores de energia, açúcar, chá e comida  para bebé, ridicularizando os que sugerem que transportem armas. 

Interrogado sobre se o comboio humanitário transporta ajuda para os  rebeldes, respondeu com uma interrogação: "com comida para bebé?" 

"Os Estados Unidos não têm o monopólio em matéria de humanismo. Se estão  a pôr em causa o nosso humanismo, isso não me agrada", acrescentou. 

O diplomata disse ainda esperar que a Cruz Vermelha, que desistiu de  escoltar o comboio por motivos de segurança, pode ajudar na distribuição  da ajuda à população sitiada, que vive sem eletricidade há semanas. 

Os 15 membros do Conselho devem ouvir o secretário-geral adjunto da  ONU Oscar Fernandez-Taranco, enquanto os países ocidentais temem que este  comboio transporte material para os separatistas pró-russos. 

Os Estados Unidos e os países europeus pediram a Moscovo para trabalhar  com Kiev, enquanto o Comité Internacional da Cruz Vermelha apelou a que  o comboio seja controlado. 

Mas as autoridades ucranianas foram impedidas de fiscalizar os camiões,  segundo o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, enquanto a Cruz  Vermelha se recusou a escoltar o comboio, por não ter recebido "garantias  de segurança suficientes". 

O Pentágono exigiu hoje à Rússia que retire "imediatamente" o comboio  da Ucrânia. 

O secretário-geral da Nato, Anders Fogh Rasmussen, condenou a entrada  do comboio, considerando que "não faz mais do que aprofundar a crise" na  região. 

Vinte camiões russos chegaram ao centro do bastião pró-russo -- Lugansk  -- disse à Agência France Presse um funcionário local. 

Lusa

 

     

 

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