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Rasmussen condena a entrada da "autointitulada coluna humanitária" russa na Ucrânia

O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen,  condenou hoje a entrada da "autointitulada coluna humanitária" russa na  Ucrânia, considerando que tal facto "só pode aprofundar a crise" naquela  região.  

© Yves Herman / Reuters

A entrada da coluna sem autorização ucraniana, "nem qualquer envolvimento  da Comissão Internacional da Cruz Vermelha", constitui "uma violação flagrante  dos compromissos internacionais da Rússia", afirmou Rasmussen, citado em  comunicado. 

"Isso só pode aprofundar a crise na região", observou. 

"O desprezo pelos princípios humanitários internacionais levanta novas  dúvidas quanto a saber-se se o verdadeiro objetivo da coluna é ajudar os  civis ou levar abastecimentos aos separatistas armados", acrescentou. 

O comandante-chefe da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte),  o general Philip Breedlove, condenou também "a incursão ilegal" da Rússia  em território ucraniano, em comunicado. 

"Uma ajuda humanitária legítima não deveria ser encaminhada pela força,  como contrabando, atravessando fronteiras internacionais sem autorização  e sem o envolvimento das agências internacionais de ajuda humanitária",  sublinhou o general. 

"É necessário tratar da situação humanitária no leste da Ucrânia, mas  não por métodos que corram o risco de inflamar ainda mais o conflito", acrescentou.

"A travessia da fronteira à força e sem autorização (...) significa  que a Rússia está mais interessada em reaprovisionar os separatistas do  que em levar ajuda às populações locais", defendeu ainda o general Breedlove.

Segundo Rasmussen, a entrada da coluna "coincide com uma grande escalada  do envolvimento russo no leste  1/8separatista da Ucrânia 3/8 desde meados de  agosto, incluindo a utilização de forças russas". 

A Rússia desmente regularmente as acusações ocidentais de que está a  enviar forças para território ucraniano. 

A NATO deu conta, no início de agosto, de um aumento do número de militares  russos ao longo da fronteira com a Ucrânia, que passou, segundo indicou,  de 12.000, em meados de julho, para 20.000, que encara como "uma situação  perigosa". 

A Aliança Atlântica também partilhou os seus receios de que a Rússia  só utilizasse "o pretexto de uma missão humanitária ou de manutenção da  paz para enviar soldados para o leste da Ucrânia". 

Após uma semana de espera, a Rússia fez hoje de manhã entrar na Ucrânia  os primeiros camiões da sua coluna transportando, segundo Moscovo, 1.800  toneladas de ajuda humanitária, argumentando que se tinham esgotado "todos  os pretextos" avançados por Kiev para "atrasar a entrega" da sua ajuda humanitária  às populações do leste ucraniano. 

O chefe dos serviços de segurança ucranianos, Valentin Nalivatchenko,  condenou a iniciativa russa, que classificou como uma "invasão indireta".

Lusa

 

     

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