"Não haverá uma escolta militar", sublinhou o porta-voz, Dmitry Peskov, em declarações à AFP relativamente ao comboio humanitário que a Rússia planeia enviar para a Ucrânia com o acordo do governo deste país, e que será supervisionada pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha e "foi combinada com Kiev", segundo o porta-voz de Vladimir Putin.
A notícia surge no mesmo dia em que a Comissão Europeia mostrou discordância relativamente a esta iniciativa de envio de um contingente humanitário para socorrer a população do leste da Ucrânia, onde as autoridades de Kiev e os separatistas pró-Rússia se confrontam há quatro meses.
Durante a conversa telefónica, Putin garantiu que a missão será realizada em cooperação com a Cruz Vermelha, depois de Rússia e Ucrânia terem chegado a acordo para permitir o apoio humanitário ao Leste da Ucrânia. Porém, a União Europeia já indicou que não aprova, nesta altura, qualquer missão de iniciativa russa à Ucrânia, ainda que apenas humanitária.
Em comunicado, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, rejeita qualquer intervenção russa, "seja qual for o motivo". Expressando "preocupação face ao destacamento de tropas russas para a fronteira com a Ucrânia", o presidente da Comissão Europeia alertou para os riscos de uma "intervenção unilateral" de Moscovo.
Durante uma reunião de emergência nas Nações Unidas, realizada na sexta-feira, a Rússia propôs realizar uma "missão humanitária" para socorrer a população do Leste da Ucrânia.
A iniciativa foi, porém, rejeitada pela Ucrânia, pelos Estados Unidos e também por Alemanha e Reino Unido, que temem que ela sirva de pretexto para uma invasão russa do território ucraniano.
Lusa