Mundo

NATO considera "situação perigosa" aumento de militares russos junto à fronteira com Ucrânia

A Rússia aumentou desde meados de julho de  12.000 para 20.000 o número de militares concentrados ao longo da fronteira  com a Ucrânia, criando uma "situação perigosa", disse hoje uma porta-voz  da NATO.  

(Reuters)
© Baz Ratner / Reuters

"A Rússia concentrou 20.000 soldados na fronteira oriental da Ucrânia  prontos para combater... É uma situação perigosa", assinalou Oana Lungescu.

A NATO afirma recear que a Rússia utilize "o pretexto de uma missão  humanitária ou de manutenção da paz para enviar soldados em direção ao leste  da Ucrânia", acrescentou a porta-voz.  

Moscovo foi ainda acusado de continuar a apoiar os rebeldes pró-russos  e de permitir a passagem de armas e combatentes através da fronteira.  

"O prosseguimento da desestabilização da Ucrânia pela Rússia é responsável  por toda a deterioração da situação humanitária nas zonas controladas pelos  separatistas", considerou ainda.  

"Trata-se de um conflito alimentado pela Rússia", insistiu a porta-voz.  "Continuamos a exortar a Rússia a retirar todas as suas forças militares  da fronteira com a Ucrânia, interromper o fluxo de armas e de combatentes  através da fronteira e a exercer a sua influência sobre os separatistas  armados para que deponham as armas e renunciem à violência".  

Na terça-feira, a Rússia pediu a adoção de medidas humanitárias de urgência  durante uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU, mas  os ocidentais recusaram a iniciativa após atribuírem a Moscovo a responsabilidade  pela atual situação.  

O embaixador russo na ONU, Vitali Tchurkine, considerou "desastrosa"  a situação em Donetsk e Lugansk, e lamentou que Kiev "continue a intensificar  as suas operações militares".  

As divergências entre os ocidentais e Moscovo acentuaram-se na sequência  do derrube em 17 de julho, alegadamente por um míssil e em zona rebelde,  de um avião das linhas aéreas da Malásia com 298 pessoas a bordo.  

Uma centena de peritos holandeses, australianos e malaios permanece  desde há vários dias no local em busca de restos humanos e destroços do  aparelho.  

De acordo com as Nações Unidas, o conflito no leste da Ucrânia -- já  definido pela Cruz Vermelha como uma "guerra civil" --, provocou cerca de  1.300 mortos desde abril.  

Os civis têm sido particularmente atingidos pelo conflito, com cerca  de 300.000 a abandonarem as suas casas nos últimos meses na sequência das  ofensivas do exército ucraniano. A agência da ONU para os refugiados já  alertou para um "êxodo em massa" em caso de intensificação dos combates.

 

Lusa

Últimas