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Hamas admite que soldado israelita desaparecido pode estar morto

Continua o banho de sangue em Gaza, onde morreram 55 pessoas só este sábado. Entretanto, o braço armado do movimento islamita Hamas, as "Brigadas de Ezzedim al-Qasam", admitiu que o soldado israelita alegadamente capturado em combate poderia estar morto.

© Mohamad Torokman / Reuters

"Perdemos o contacto com um grupo dos nossos combatentes quando as forças de ocupação israelita penetraram na zona este de Rafah. Suspeitamos que morreram devido aos ataques israelitas, incluindo o soldado que, supostamente, foi capturado pelo grupo", refere um comunicado do braço armado do Hamas citado pela agência palestiniana Maan.

Segundo o exército israelita, as suas tropas foram atacadas em Rafah (junto à fronteira com o Egito) uma hora depois da entrada em vigor do cessar-fogo de 72 horas acordado pelas partes envolvidas no conflito, com início às 08:00 locais de sexta-feira (05:00 de Lisboa).

Milicianos palestinianos saíram de um túnel e atacaram de surpresa os soldados, dois dos quais morreram, informou o exército israelita que colocou a possibilidade de um terceiro militar, identificado como Hadar Goldin, ter sido capturado.

As "Brigadas de Ezzedim al-Qasam" negaram hoje, por seu turno, ter capturado o soldado israelita e asseguraram desconhecer as circunstâncias do seu desaparecimento. "O que sucedeu na sexta-feira de manhã em Rafah foi que as forças da ocupação aproveitaram o cessar-fogo para invadir mais uns quilómetros do nosso território", refere o comunicado.

O braço armado do Hamas estima, de acordo com a mesma nota, que os seus combatentes se envolveram em confrontos com as tropas israelitas pelas 07:00 locais, "uma hora antes do início da trégua", e acusa o exército de Israel de ter atacado civis "violando o cessar-fogo sob pretexto de encontrar o soldado desaparecido".

Entretanto, em comunicado, o porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, considerou que "a declaração da ocupação israelita de que um dos seus soldados foi capturado tem o objetivo de confundir a opinião pública e justificar a violação do cessar-fogo".

De acordo com dados da ONU, desde o início do conflito já morreram perto de 300 crianças e jovens palestinianos. O número de vítimas mortais já ultrapassou os 1600, a última madrugada foi particulamente sangrenta na cidade de Rafah.


Com Lusa

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