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OMS apela ao reforço das medidas de combate à hepatite viral

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apelou hoje em Genebra ao reforço das medidas de combate à hepatite viral, doença que mata anualmente 1,4 milhões de pessoas.

  
(Reuters/Arquivo)

O alerta foi lançado por Stefan Wiktor, especialista da OMS, durante  uma conferência de imprensa a propósito do Dia Mundial da Hepatite, que  se assinala a 28 deste mês, em que se manifestou esperançado em ver "um  compromisso político e financeiro" na luta contra a hepatite viral, semelhante  aos esforços encetados contra a epidemia da sida, que disse estarem a dar  resultados positivos.  

Aquele especialista acrescentou que os recentes progressos na prevenção  e no tratamento da hepatite oferecem oportunidades reais de salvar vidas,  considerando que se pode falar de uma possível erradicação no futuro da  hepatite C e da hepatite B, ambas relacionadas com o cancro do fígado. 

No caso da hepatite crónica C, os novos medicamentos desenvolvidos reduzem  o período de tratamento da hepatite C para 12 semanas e curam a quase totalidade  (95%) dos doentes.  

"É uma revolução terapêutica (...) Isso modifica a dinâmica. Agora é  possível tratar a hepatite C também em países de rendimento baixo e médio,  o que não era possível antes", sublinhou.  

Stefan Wiktor também saudou os esforços realizados pela comunidade internacional,  que classificou como "uma verdadeira nova dinâmica" e que foi capitalizada  em maio passado, aquando da votação de uma resolução durante a 67. assembleia  geral da OMS. 

Na ocasião, representantes de 194 países votaram uma resolução que cobre  a prevenção, diagnósticos e tratamentos, em que se sublinha a importância  de ter um plano nacional para derrotar a hepatite.  

A resolução reconhece o potencial dos novos medicamentos e tratamentos  para a hepatite C e hepatite B e apela à elaboração de estratégias que facilitem o acesso a medicamentos de qualidade a preços acessíveis.   

Durante a conferência de imprensa, Samuel So, cirurgião especialista  em doenças do fígado e docente na Universidade Stanford, Estados Unidos, disse que "as estruturas de tratamento do VIH/Sida são boas para tratar  a hepatite viral" já que contam com a presença de laboratórios e serviços  de saúde.    

Aquele médico também apelou para uma abordagem mais ampla e maior apoio da parte dos doadores na luta contra a hepatite, doença que não figura nos  Objetivos de Desenvolvimento do Milénio-2015 definidos pelas Nações Unidas.

Segundo ele, a luta contra a hepatite também permitirá reduzir os custos de saúde relacionados com problemas agudos de fígados e cancros, dado que  a hepatite é a principal causa daquelas doenças.  

Todos os anos cerca de 1,4 milhões de pessoas morrem de problemas agudos  e crónicos no fígado causados por hepatites virais, um grupo de doenças  infecciosas conhecidas como hepatite A, B, C, e D. 

Comparativamente, o VIH/Sida mata anualmente 1,6 milhões de pessoas,  a tuberculose 1,3 milhões e a malária 600 mil, segundo a OMS. 

Lusa

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