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UNICEF avisa que cerca de 6,6 milhões de crianças precisam de ajuda na Síria

Cerca de 6,6 milhões de crianças vítimas da guerra civil na Síria precisam de ajuda, alertou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), receando que a falta de fundos obrigue a uma redução da ajuda.

 "É um número aterrador e que aumenta rapidamente", advertiu um porta-voz  da organização, Simon Ingram, durante um encontro com a imprensa em Genebra  (Suíça).   (Reuters)
© MOLHEM BARAKAT / Reuters

 "É um número aterrador e que aumenta rapidamente", advertiu um porta-voz  da organização, Simon Ingram, durante um encontro com a imprensa em Genebra  (Suíça).  

"Estes números, do corrente mês, representam um aumento de dois milhões  relativamente a junho do ano passado, um aumento de cerca de um terço",  afirmou.  

Estes 5,1 milhões de crianças vivem na Síria e 1,49 milhões são refugiados,  de acordo com a UNICEF.  

Ingram lamentou que a organização tenha apenas recebido 37% dos 770  milhões de dólares pedidos para ajudar estas crianças, este ano.  

Com o início do verão e de temperaturas extremamente elevadas na região,  a UNICEF está particularmente preocupada com a falta de fundos para os programas  de fornecimento de água e de saneamento básico.  

"Por exemplo, no Iraque, Líbano e Jordânia, existe um risco significativo  de que os serviços de água e saneamento (...) sejam interrompidos devido  à falta de financiamento", e de doenças transmitidas pela água, como a poliomielite,  declarou.  

Ao todo, 36 casos de poliomielite foram confirmados na Síria, e dois  no Iraque, de acordo com a ONU.  

Desde março de 2011 que a revolta contra o regime do presidente sírio,  Bashar al-Assad, se transformou numa guerra civil complexa, que levou mais  de nove milhões de sírios a abandonar as suas casas, incluindo três milhões  que fugiram para o estrangeiro, principalmente nos países vizinhos.  

Trata-se da crise mais grave em termos de refugiados desde o genocídio  ruandês na década de 1990.  

Ao todo, 10,9 milhões de pessoas precisam de ajuda na Síria. De acordo  com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), 2,9 milhões de  refugiados sírios estão registados na região, e o seu número aumenta em  100.000 pessoas todos os meses.  

No final do ano, o ACNUR estima que o número de refugiados sírios na  região ronde os 3,6 milhões de pessoas.  

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, o antigo primeiro-ministro  português António Guterres, apresentou em Genebra uma versão revista do  Plano regional de intervenção para a Síria, no qual pede 3,74 mil milhões  de dólares para assistência aos refugiados sírios no Líbano, Jordânia, Turquia,  Iraque e Egito.  

Lusa

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