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UNESCO classifica local da Cisjordânia ameaçado por muro de separação israelita

Uma paisagem da Cisjordânia ameaçada pelo muro de separação israelita, à volta da localidade de Battir no sul de Jerusalém, foi declarada "património mundial em risco", anunciou hoje em Doha o comité da UNESCO.

A localidade de Battir, no sul de Jerusalém, foi declarada "património mundial em risco" pela UNESCO. (Reuters/Arquivo)
© Ammar Awad / Reuters

"O local está inscrito: parabéns à Palestina", declarou a presidente do Comité do Património Mundial, Sheikha Al Mayassa bint Hamad Al Thani, após uma votação secreta onde a decisão foi aprovada com um voto de diferença e contra a opinião dos especialistas que aconselham a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). 

Battir é famosa pelos seus socalcos antigos e pelo sistema de rega da época romana que ainda é usado pelos habitantes para as suas culturas, mas a localidade está ameaçada devido aos planos de Israel para lá construir parte do muro de separação. Os especialistas dizem que a barreira vai danificar irremediavelmente o sistema de irrigação.

Os palestinianos são membros da UNESCO desde outubro de 2011 e pediram rapidamente o reconhecimento como património de vários locais, incluindo o da Igreja da Natividade em Belém, aprovado em junho do ano seguinte, apesar das objeções israelitas. 

"É tempo daqueles que nos combatem quase instintivamente perceberem que não ajudam Israel e que reconhecer os direitos do meu povo é prestar um imenso serviço a quem pensam ajudar", comentou o embaixador palestiniano junto da UNESCO, Elias Sanbar. 

"Hoje, além da inscrição de Battir, acabam de tomar uma decisão corajosa contra o confinamento, a exclusão e a dominação", disse ainda Sanbar.

Lusa

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