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Pistorius escapa a internamento e faz testes psiquiátricos em ambulatório

Oscar Pistorius escapou ao internamento, depois  de a juíza perante a qual responde sobre a morte da namorada ter decidido  hoje que o campeão paralímpico deve apresentar-se diariamente em regime  de ambulatório, num hospital de Pretória, para testes psiquiátricos.  

© Siphiwe Sibeko / Reuters

Os testes podem decorrer num período até um mês e visam avaliar se o  atleta sul-africano sofre de "desordem de ansiedade".  

Oscar Pistorius deve apresentar-se no ambulatório do "hospital de Weskoppies,  a 26 de maio de 2014, pelas 09:00 locais (08:00 em Lisboa) e todos os dias  seguintes à hora fixada (...) por um período que não deve exceder os 30  dias", precisou a juíza Thokozile Masipa. 

O julgamento foi adiado para 30 de junho, anunciou a juíza.  

Thokozile Masipa determinou a realização dos exames psiquiátricos para  apurar se Oscar Pistorius é "criminalmente responsável" pela morte da namorada,  no Dia dos Namorados de 2013. 

Pistorius será submetido a testes para "ver se ele é capaz de apreciar  a ilicitude do seu ato ou agir de acordo com a apreciação da ilicitude do  seu ato", disse Thokozile Masipa. 

A acreditar na psiquiatra Meryll Vorster, citada pela defesa de Pistorius,  o atleta sofre de uma perturbação ansiosa generalizada que se caracteriza  por um estado de inquietação permanente e excessivo. 

Vorster considera que Pistorius sofre desse trastorno devido à amputação  das duas pernas quando tinha 11 meses devido a um problema genético, assim  como pela separação dos seus pais e a morte da mãe na sua adolescência.

Embora não se trate de uma doença mental propriamente dita, o problema  teria consequências diretas nas suas relações pessoais e na sua vida sexual,  teria exacerbado o seu medo da criminalidade, muito elevada na África do  Sul. 

Pistorius, que em 2012 se tornou o primeiro atleta com duas pernas amputadas  a competir numas olimpíadas com desportistas sem incapacidades, conhecia  Reeva Steenkamp há três meses quando a matou a 14 de fevereiro de 2013,  disparando contra a porta fechada da casa de banho onde ela se encontrava.

esde o início, o atleta afirma que acreditava tratar-se de um assaltante  que teria entrado em sua casa e se escondera. 

O procurador Gerrie Nel contestou a conclusão da especialista e acusou  a defesa de usar o argumento psiquiátrico para obter uma pena mais leve  ou para requalificar o crime. 

Segundo a acusação, o casal teve uma discussão, que terá sido ouvida  por vários vizinhos chamados a depor, e o atleta abriu fogo sabendo que  era a namorada que estava do outro lado da porta da casa de banho. 

 

Lusa

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