Os manifestantes acabaram por desocupar o município de Kiev, capital da Ucrânia, e outros edifícios públicos, locais onde permaneceram nos últimos dias. No entanto, os manifestantes da oposição continuam entrincheirados na Praça da Independência, no centro da cidade.
A amnistia foi anunciada ontem, depois de os partidos da oposição terem acordado abandonar a maior parte dos locais em várias cidades da Ucrânia.
“A lei de amnistia entra em vigor no dia 17 de fevereiro de 2014 e estipula que as acusações contra as pessoas que cometeram delitos (...) deixam de ter efeito", refere um comunicado da Procuradoria da Ucrânia, citado pela agência France Press.
Segundo o líder nacionalista Oleg Tyagnybok, do partido Svoboda (Liberdade), "o que aconteceu foi muito importante. Nós provámos que não vamos abandonar os nossos camaradas".
Já o atual dirigente da oposição, Vitali Klitschko, apelou hoje às autoridades para que a amnistia seja aplicada imediatamente, tendo em conta que muitos ativistas ainda se encontram sob regime de prisão domiciliária, além de enfrentarem condenações de 15 anos de cadeia efetiva.
Klitschko e Arseniy Yatsenyuk, outro líder da oposição, têm agendado um encontro com os membros do gabinete alemão, nomeadamente Angela Merkel e o chefe da diplomacia de Berlim, Frank-Walter Steinmeier, para esta segunda-feira. Segundo o gabinete de Klitschko, o objetivo é discutir "a situação política na Ucrânia e a possibilidade de implementação de sanções contra os representantes do regime de Ianoukovitch”.
Os ativistas ucranianos mantiveram-se barricados em edifícios e ruas, em protesto contra as decisões do chefe de Estado Viktor Ianoukovitch que, em novembro de 2013, rejeitou o acordo de associação entre a Ucrânia e União Europeia (UE). Ianoukovitch tinha proposto a amnistia no início de fevereiro, altura em que se registaram violentos confrontos entre os manifestantes e as forças especiais de segurança na capital ucraniana, mas só hoje é que as autoridades garantiram a entrada em vigor da lei.
Ainda assim, os ativistas exigem reformas constitucionais, nomeadamente a redução dos poderes presidenciais e o fortalecimento das competências do Governo e do Parlamento.
Com Lusa