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Presidente interino da República Centro-Africana apela ao regresso de 100 mil pessoas a casa 

O Presidente interino centro-africano, Alexandre-Ferdinand  Nguendet, apelou hoje às cem mil pessoas que se refugiaram nas imediações  do aeroporto de Bangui para que regressem às suas casas. 

© Stringer . / Reuters

Nguendet falou à multidão em cima de um camião, na língua nacional sango,  e prometeu que "a partir de hoje não haverá mais armas nos bairros". 

O presidente interino da República Centro Africana fez o apelo depois  de ter sido encarregado pelo Tribunal Constitucional de promover as eleições  presidenciais num prazo de 15 dias. 

Entretanto, Nguendet mantém-se como presidente interino até à eleição  do novo presidente. 

Hoje de manhã os combatentes muçulmanos e cristãos do bairro de Bimbo,  em Bangui, decidiram interromper as hostilidades. 

Depois de uma noite de conversações, os inimigos concluíram um acordo,  com a mediação de forças internacionais, com vista à reconciliação. 

A demissão, na sexta-feira, do presidente Michel Djotodia não apaziguou  os rancores e os ódios existentes entre as duas comunidades. Embora nos  últimos dias os civis cristãos e muçulmanos já tivessem assumido sinais  de reconciliação, só hoje é que  os combatentes assumiram as tréguas.  

A futura autoridade de transição, que está a ser criada, vai ter imensa  dificuldade em meter em ordem as forças de segurança do país, que viveu  o último ano em situação de caos e anarquia. 

"É preciso reformar o exército, torná-lo num verdadeiro corpo, ao serviço  de um Estado e não de um homem", defendeu o chefe do estado-maior, o general  Ferdinand Bombayeke, que apelou a todos os militares do antigo exército  regular para que regressem aos seus quarteis até segunda-feira. 

Entretanto, o capitão Souleyman Daouda, no movimento islâmico Séleka  que tomou o poder há um ano, disse estar disponível para servir o futuro  poder, desde que que lhe deem "um uniforme, uma matrícula e um soldo", num  país onde os funcionários e os militares têm sido pagos esporadicamente  nos últimos anos. 

Lusa

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