Nguendet falou à multidão em cima de um camião, na língua nacional sango, e prometeu que "a partir de hoje não haverá mais armas nos bairros".
O presidente interino da República Centro Africana fez o apelo depois de ter sido encarregado pelo Tribunal Constitucional de promover as eleições presidenciais num prazo de 15 dias.
Entretanto, Nguendet mantém-se como presidente interino até à eleição do novo presidente.
Hoje de manhã os combatentes muçulmanos e cristãos do bairro de Bimbo, em Bangui, decidiram interromper as hostilidades.
Depois de uma noite de conversações, os inimigos concluíram um acordo, com a mediação de forças internacionais, com vista à reconciliação.
A demissão, na sexta-feira, do presidente Michel Djotodia não apaziguou os rancores e os ódios existentes entre as duas comunidades. Embora nos últimos dias os civis cristãos e muçulmanos já tivessem assumido sinais de reconciliação, só hoje é que os combatentes assumiram as tréguas.
A futura autoridade de transição, que está a ser criada, vai ter imensa dificuldade em meter em ordem as forças de segurança do país, que viveu o último ano em situação de caos e anarquia.
"É preciso reformar o exército, torná-lo num verdadeiro corpo, ao serviço de um Estado e não de um homem", defendeu o chefe do estado-maior, o general Ferdinand Bombayeke, que apelou a todos os militares do antigo exército regular para que regressem aos seus quarteis até segunda-feira.
Entretanto, o capitão Souleyman Daouda, no movimento islâmico Séleka que tomou o poder há um ano, disse estar disponível para servir o futuro poder, desde que que lhe deem "um uniforme, uma matrícula e um soldo", num país onde os funcionários e os militares têm sido pagos esporadicamente nos últimos anos.
Lusa