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Mais de 130 mortos em confrontos na República Centro-Africana

Mais de 130 pessoas morreram nos confrontos  entre milícias e as forças de segurança registados, esta quinta-feira, na  capital da República Centro-Africana, Bangui, confirmou hoje a Cruz Vermelha. A França conta já com 650 militares no terreno. O Ministério da Segurança Pública anunciou o encerramento das fronteiras com o Congo.

Fraçois Hollande indicou que a França conta já com 650 militares no  terreno, um contingente que espera duplicar "nos próximos dias, para não  dizer nas próximas horas", com um único fim: "salvar vidas". (Reuters)
© Reuters Staff / Reuters

"Registámos mais de 130 mortos até à noite passada, mas não visitámos  todas as zonas dos combates. Neste momento, não podemos 'fechar' a lista"  de vítimas mortais, indicaram fontes do organismo à agência Efe.     

O número supera largamente o divulgado, esta quinta-feira, pela Médicos  Sem Fronteiras, cujo balanço apontava para pelo menos 50 mortos e cerca  de cem feridos, enquanto as autoridades estimaram o número de vítimas mortais  em pelo menos mais de uma centena. 

Esta manhã, a capital da República Centro-Africana acordou com alguns  incidentes violentos em distritos a sul, tendo-se registado rixas durante  a noite noutros lugares da cidade, segundo constatou a agência noticiosa  espanhola. 

Vários testemunhos do norte, oeste a sul de Bangui asseguraram à Efe  que membros do grupo rebelde Séléka - cujo líder Michel Djotodia, exerce  como presidente a transição da República Centro-Africana - têm cometido  abusos nessas zonas. 

O Ministério de Segurança Pública anunciou, entretanto, o encerramento  das fronteiras com a República Democrática do Congo, a partir de hoje e  até novo aviso. 

A situação continua complicada na capital, apesar de o Presidente francês,  François Hollande, ter anunciado, esta noite, o arranque "imediato" da ação  militar, depois da aprovação de uma resolução pelo Conselho de Segurança  da ONU que autoriza Paris a utilizar a força na República Centro-Africana.

O chefe de Estado indicou que a França conta já com 650 militares no  terreno, um contingente que espera duplicar "nos próximos dias, para não  dizer nas próximas horas", com um único fim: "salvar vidas". 

As declarações de Hollande foram feitas horas depois de o Conselho de  Segurança da ONU ter autorizado a intervenção de forças francesas na República  Centro-Africana em apoio a uma força pan-africana para restaurar a segurança  na antiga colónia francesa. 

A resolução, aprovada por unanimidade, autoriza os soldados franceses  a "tomarem todas as medidas necessárias para apoiar a Misca (força africana  na República Centro-Africana) no cumprimento do seu mandato". 

A Misca poderá agir "por um período de 12 meses" e tem por missão "proteger  os civis, restabelecer a ordem e a segurança, estabilizar o país" e facilitar  a distribuição de ajuda humanitária na República Centro-Africana. 

O país de 4,5 milhões de habitantes mergulhou no caos desde o golpe  de Estado de março realizado pela coligação rebelde Séléka, com origem na  minoria muçulmana, que afastou o Presidente François Bozizé. 

A resolução prevê igualmente a eventual transformação da Misca numa  força de paz da ONU, a qual terá de ser aprovada pelo Conselho de Segurança,  devendo o secretário-geral das Nações Unidas preparar um relatório sobre  a questão nos próximos três meses. 

O documento aprovado prevê ainda a criação de uma comissão de inquérito  sobre os direitos humanos e um embargo de um ano às armas para o país. 

 

Lusa

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