"Só um regresso às urnas, só um regresso ao povo, nos permitirá sair bem da crise", disse Marine Le Pen no lançamento da campanha da Frente Nacional (FN) para as municipais de 2014, acrescentando que o governo "não tem nenhuma legitimidade" nem "nenhuma autoridade".
O nível de popularidade de François Hollande desceu três pontos em novembro para os 20%, o mais baixo de sempre de um presidente francês desde a criação da V República, em 1958.
O presidente socialista, que sucedeu ao conservador Nicolas Sarkozy em maio de 2012, enfrenta críticas crescentes pelos maus resultados da economia, uma taxa de desemprego que não diminui e o peso cada vez maior dos impostos nos rendimentos das famílias.
Segundo Marine Le Pen, "se François Hollande estivesse à altura das suas funções, tratava rapidamente de dissolver a Assembleia Nacional" para provocar "eleições antecipadas".
A líder partidária, que tem manifestado a expectativa de uma subida considerável da FN nas municipais de março e, sobretudo, nas europeias de maio, criticou igualmente a direita francesa, afirmando que tem "medo do povo" e "se abstém de exigir uma dissolução".
O principal partido da direita francesa, a União por um Movimento Popular (UMP), ficou enfraquecida com a derrota de Sarkozy nas presidenciais e, segundo as sondagens, não representa uma alternativa à esquerda.
Uma sondagem do instituto Ifop publicada hoje pelo Journal du Dimanche conclui que a maioria dos franceses (55%) pensa que a UMP não faria "nem melhor nem pior" que Hollande e o seu governo se estivesse no poder e que um quinto (19%) afirma que faria "pior". Apenas um quarto (25%) do total dos inquiridos pensa que a direita governaria "melhor".
Segundo o mesmo estudo, 19% dos inquiridos pensa que a FN de Le Pen faria "melhor" que a esquerda, 42% que faria "pior" e 37% "nem melhor nem pior".
Marine Le Pen quer fazer da FN, atualmente com dois deputados, "o primeiro partido de França" e afirmou hoje que as municipais podem permitir ao partido eleger "presidentes de câmara e centenas ou milhares de conselheiros municipais".
Nas municipais de 2008, a FN não elegeu nenhum presidente de câmara e elegeu 70 conselheiros municipais.
Lusa