O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, disse hoje que estava "profundamente chocado" com os relatórios de que a Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) monitorizou secretamente dezenas de milhares de conversas telefónicas com França e exigiu uma explicação.
A Casa Branca, em linha com a sua habitual postura, declinou comentar as acusações específicas que ultrajam o seu aliado. "Por uma questão de política, tornámos claro que o tipo de serviços de informação estrangeira dos Estados Unidos são do tipo utilizado por todas as nações", disse a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Caitlin Hayden.
"Como o Presidente (Barack Obama) disse no seu discurso na Assembleia Geral da ONU, começámos a rever a forma como recolhemos informação, para equilibrar adequadamente as preocupações legítimas de segurança dos nossos cidadãos e dos nossos aliados relativamente às questões de privacidade que todas as pessoas partilham", disse.
Ayrault afirmou durante uma viagem à Dinamarca que estava "incrédulo que um país aliado como os Estados Unidos chegasse ao ponto de espiar comunicações privadas, que não têm sem justificação estratégica, sem justificação baseada na defesa nacional".
O embaixador norte-americano em França, Charles Rivkin, foi chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em Paris em protesto, com base em informações do ex-analista de segurança norte-americano Edward Snowden, publicadas pelo Le Monde e o semanário alemão Der Spiegel.
O Governo francês pediu ao embaixador dos Estados Unidos garantias de que a interceção de comunicações francesas deixou de ser feita, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, depois de novas revelações sobre espionagem norte-americana.
O embaixador norte-americano, Charles Rivkin, foi chamado ao Quay D'Orsay, com caráter de urgência, depois de o jornal Le Monde noticiar, na sua página de internet, que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos fez 70,3 milhões de registos de dados telefónicos de franceses num período de 30 dias, entre finais de 2012 e princípios de 2013.
Lusa