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Brasil ainda espera "explicações" e uma "correção" por espionagem norte-americana

A revelação de que o Brasil foi alvo da espionagem  norte-americana causou uma "sombra" na relação entre os dois países, e o  país está ainda a aguardar explicações, afirmou o assessor da Presidência  para os Assuntos Internacionais. 

© Ueslei Marcelino / Reuters

"Estamos na expectativa de que sejam dadas explicações e sejam feitas  as correções necessárias", afirmou o ministro Marco Aurélio Garcia, assessor  para Assuntos Internacionais da Presidência da República em entrevista concedida  ao sítio online brasileiro UOL. 

O ministro admitiu ainda que a questão pode afetar as negociações em  curso sobre o programa de compra milionário de caças militares que o governo  brasileiro tem em curso, com fabricantes dos Estados Unidos, França e Suécia.

"Há um ruído a mais, mas essa é uma questão que, pela sua importância,  cabe efetivamente à comandante em Chefe das Forças Armadas, que é a presidente",  afirmou Garcia, a salientar que o maior interesse do Brasil é ter a garantia  de que terá o uso soberano dos equipamentos adquiridos. 

O ministro recusou ainda as críticas em relação ao fato de o Brasil  não ter se protegido para ataques cibernéticos desse tipo nos últimos anos,  considerando que esse argumento não pode ser utilizado para "relativizar"  a gravidade da espionagem. 

"Vamos admitir que não tivéssemos  (o Brasil) tomado todas as providências  necessárias para a proteção, isso não pode ser utilizado com um argumento  para relativizar a gravidade de termos sido espionados, o governo, a presidente  e a Petrobras", enfatizou. 

Na opinião do ministro, a espionagem, feita sob o protesto de proteção  contra o terrorismo, foi feita de maneira "global" e "abrangente", tanto  com fins políticos quanto econômicos. 

"A ideia  (dos EUA) é saber tudo, sobre todos", opinou Garcia, a recordar  que houve espionagem inclusive da alegação que a delegação brasileira usaria  no momento em que tentou negociar a crise entre o Irão e os Estados Unidos,  em 2010. 

Lusa  

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