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Presidente do Irão garante que não quer armas nucleares 

O Presidente do Irão, Hassan  Rohani, disse hoje que as armas nucleares de destruição massiva "não integram  a doutrina de segurança e defesa" do seu país e ofereceu um "diálogo construtivo"  aos EUA.  

© Fars News / Reuters

Ao discursar na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, Rohani  garantiu que o Irão "não procura aumentar a tensão com os EUA", salientando  que tinha "ouvido cuidadosamente" o discurso pronunciado pelo Presidente  Barack Obama.  

O líder iraniano apelou a Obama para que rejeite "os interesses de vistas  curtas dos grupos de pressão favoráveis à guerra", adiantando que se o fizesse  "talvez se pudesse chegar a um quadro que permita a gestão das diferenças".

Rohani falou horas depois de Obama ter dito á Assembleia-Geral que queria  um "acordo significativo" com o Irão, se agisse para acabar com as preocupações  internacionais sobre o seu programa nuclear.  

A natureza "exclusivamente pacífica" deste programa foi reafirmada por  Rohani, que salientou que as armas nucleares e outras armas de destruição  massiva "contradizem as convicções religiosas e éticas" dos iranianos. Insistiu que a comunidade internacional tem de aceitar a atividade nuclear  do Irão, que o Ocidente considera uma forma de conseguir a capacidade para  fabricar uma bomba nuclear. 

O Conselho de Segurança da ONU já impôs quatro rondas de sanções contra  o Irão pelo seu programa de enriquecimento de urânio. Mas Rohani disse que é "uma ilusão, e extremamente irrealista, presumir  que a natureza pacífica do programa nuclear do Irão pode ser garantida,  impedindo-o através de pressões ilegítimas".  

Rohani condenou também o terrorismo, que qualificou de "flagelo violento",  mas acrescentou que "a utilização de 'drones' (aviões não tripulados) contra  inocentes em nome da luta contra o terrorismo também devia ser condenada".

Os EUA estão a utilizar este tipo de avião desde 2004 em operações nas  zonas tribais semiautónomas do noroeste do Paquistão, uma região fronteiriça  do Afeganistão, que serve de santuário aos talibãs e outros grupos islamitas  armados com a Al-Qaeda. 

Estas operações, que se têm multiplicado desde 2008, são consideradas  por Washington como uma arma chave contra o terrorismo, mas também fazem  vítimas entre a população.  

 

     

 

Lusa

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