"Sei que será difícil", afirmou Obama, durante uma conferência de imprensa no final da cimeira do G20 (grupo dos países mais ricos do mundo e das potências emergentes) em São Petersburgo, Rússia, reconhecendo o ceticismo dos americanos, uma vez que o país tem estado envolvido em conflitos durante a última década.
Na passada quarta-feira, a Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado (câmara alta do Congresso norte-americano) aprovou com 10 votos a favor, sete contra e uma abstenção, uma resolução que autoriza Obama a usar, de forma limitada, a força militar contra o regime sírio.
A resolução precisa ainda de ser aprovada em plenário no Senado e na Câmara de Representantes (câmara baixa do Congresso) para ser promulgada pelo chefe de Estado norte-americano. As duas câmaras devem começar a debater esta matéria a partir de segunda-feira.
Na mesma conferência de imprensa, Obama recusou-se a esclarecer se mantém, caso o Congresso chumbe a resolução, a intenção de avançar com a intervenção militar no território sírio.
Ainda na antiga capital imperial russa, Obama anunciou que vai fazer uma comunicação ao país na próxima terça-feira.
"Fui eleito para acabar com guerras, não para as começar", mas o mundo não pode "ficar de braços cruzados" após um ataque químico.
Washington responsabiliza o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, pelo ataque, que terá provocado 1.429 mortos, incluindo 426 crianças, de acordo com os serviços de informações dos Estados Unidos.
Ainda sobre a Síria, o Presidente norte-americano referiu que teve uma discussão "franca e construtiva" com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, um aliado tradicional de Damasco que rejeita uma intervenção militar no território sírio.
"Discutimos a Síria. A conversa foi franca e construtiva", disse Obama, em declarações aos jornalistas.
A par da questão síria, a relação entre Obama e Putin foi abalada pela decisão de Moscovo de conceder asilo temporário ao ex-analista informático Edward Snowden, que denunciou os programas de vigilância em massa do governo norte-americano.
Segundo Obama, o caso de Snowden "não foi discutido" entre os dois responsáveis.
Sobre as denúncias de espionagem dos serviços norte-americanos, o líder norte-americano acrescentou que acolheu "de forma muito séria" as "preocupações" do Brasil e do México sobre esta matéria.
"Entendo as suas preocupações", disse Obama, referindo-se aos governantes brasileiro e mexicano, Dilma Rousseff e Enrique Pena Nieto, respetivamente, que pediram explicações aos Estados Unidos sobre os alegados atos de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA).
A Presidente brasileira divulgou hoje, num comunicado, que Barack Obama assumiu a responsabilidade "direta e pessoal" pela investigação das denúncias de espionagem.
Os dois presidentes reuniram-se na quinta-feira à noite antes do jantar oficial da cimeira do G20.
Lusa