Em comunicado, o porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, referiu que a missão se está a preparar para iniciar as atividades na segunda-feira, tendo como prioridade o esclarecimento dos factos que tiveram lugar no dia 21 de agosto, em Ghouta.
"O secretário-geral assinala que o governo da República Árabe da Síria afirmou que vai fornecer a cooperação necessária, incluindo a observação do cessar das hostilidades nos locais relacionados com o incidente", acrescentou o comunicado da ONU.
Entretanto, Moscovo saudou a oferta de Damasco de permitir o acesso aos inspetores da ONU, mas avisou o Ocidente de que uma eventual ação militar contra a Síria seria um "erro trágico".
"Apelamos fortemente a quem, ao tentar impor os seus próprios resultados sobre os peritos da ONU, está a elevar a possibilidade de uma operação militar na Síria para que use o senso comum e se retraia de cometer um erro trágico", afirmou, em comunicado, o porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Alexander Lukashevich.
Por seu lado, os Estados Unidos já afirmaram hoje que acreditam haver poucas dúvidas de que foram utilizadas armas químicas na Síria e assinalaram que a aceitação por parte do regime de Damasco de inspeções das Nações Unidas chega demasiado tarde.
De acordo com uma fonte da administração norte-americana, há "muito poucas dúvidas" de que houve recurso a armas químicas na Síria, depois de, no sábado, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras ter confirmado a morte de 355 pessoas com sintomas neurotóxicos em três hospitais sírios.
O regime sírio autorizou hoje a entrada de inspetores da ONU no país para investigarem "imediatamente" o alegado uso de armas químicas nos arredores de Damasco, anunciou hoje o ministério sírio dos negócios estrangeiros.
"Foi hoje concluído em Damasco um acordo entre o governo sírio e as Nações Unidos, que permite à equipa da ONU, dirigida pelo professor Aake Sellstrm, investigar o alegado uso de armas químicas na província de Damasco", disse o ministério num comunicado.
De acordo com a mesma fonte, o acordo "entra em vigor imediatamente".
Lusa