Snowden revela, numa entrevista publicada hoje no jornal New York Times, que escolheu a realizadora de documentários Laura Poitras e o repórter do jornal britânico The Guardian, Glenn Greenwald porque não se deixam intimidar pela administração dos Estados Unidos.
"Depois do 11 de setembro muitos grupos de comunicação social nos Estados Unidos abdicaram do papel que devem ter como contra poder, da responsabilidade jornalística para desafiar o excesso de governamentalização, por receio de serem vistos como antipatrióticos e, por isso, serem castigados pelo mercado" disse Snowden ao jornalista Peter Maass da Times Sunday Magazine, numa entrevista "encriptada", o método utilizado para evitar a vigilância das comunicações por computador.
"Laura e Glenn estão entre os poucos que têm informado sem medo sobre temas controversos durante este período" disse o ex-analista da NSA.
Para Snowden, a documentarista Laura Poitras "demonstrou coragem, experiência e conhecimentos para enfrentar o trabalho mais perigoso que um jornalista pode ter: informar sobre os segredos do governo mais poderoso do mundo".
Snowden conseguiu asilo na Rússia após uma permanência de cinco semanas na zona de trânsito do aeroporto de Moscovo.
Os Estados Unidos querem julgar Snowden por ter divulgado o sistema de vigilância PRISM da Agência Nacional de Segurança (NSA) que interceta em grande escala comunicações telefónicas e de internet.
Snowden disse ainda que conheceu os dois jornalistas, Laura Poitras e Glenn Greenwald, em Hong Kong onde gravou uma entrevista registada em vídeo logo após ter saído dos Estados Unidos.
"Eu penso que eles ficaram aborrecidos por eu ser mais jovem do que aquilo que eles esperavam. Eu, por outro lado, fiquei aborrecido porque eles chegaram mais cedo do que o previsto o que complicou a verificação inicial", contou Snowden.
Lusa