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Casos de malária caem 85% em 10 anos mas combate à doença requer mudanças

Os casos de malária nos países com grande prevalência  baixaram 85% numa década, mas as estratégias de combate à doença devem ser  adaptadas às mudanças que a infeção tem registado, segundo um artigo divulgado  hoje pela revista The Lancet.  

Redes contra os mosquitos numa casa na Tailândia / Reuters
© Sukree Sukplang / Reuters

Entre 2000 e 2010, os 34 países onde a malária tinha de ser reduzida  registaram uma diminuição de 85% dos casos anuais reportados: de 1,5 milhões  em 2000 passaram para 232.000 em 2010. 

Segundo Ricahrd Feachem, um dos autores do estudo divulgado pela publicação  científica The Lancet, "as estratégias de controlo da malária foram altamente  bem-sucedidas em todo o mundo". 

Contudo, estas estratégias devem evoluir para conseguir responder de  forma eficaz à mudança dos padrões da infeção, sobretudo em áreas onde a  transmissão é tradicionalmente mais baixa. 

Os autores afirmam que quando a malária é reduzida a níveis baixos,  torna-se cada vez mais concentrada em locais específicos ou comunidades  e em determinados grupos de pessoas.  

Tradicionalmente, as mulheres e crianças são mais afetadas em zonas  de alta transmissão, mas nas zonas de mais baixo contágio estão a crescer  os casos em homens adultos. 

Quem trabalha no campo, ao ar livre, bem como os trabalhadores emigrantes  parece ter um risco acrescido. Além disso, muitas das zonas com reduzidos  níveis da doença começam a encontrar casos "importados", através da população  que viaja para países com alta prevalência da infeção. 

Segundo os autores do estudo, têm que ser repensados os métodos de controlo  típico da malária, direcionando-os para os grupos mais suscetíveis de a  contrair. 

Habitualmente, o controlo da malária socorre-se de intervenções feitas  em casa, como inseticidas domésticos. Os peritos sugerem que o controlo  passe a ser baseado em inseticidas para a roupa, por exemplo, que protejam  a população vulnerável e que não está em casa. 

Mas não é apenas a demografia da infeção que parece estar a mudar, como  também os tipos de parasitas envolvidos na doença, já que existem várias  espécies de agentes, sendo que os esforços de controlo se têm concentrado  num deles. 

A malária é uma doença infeciosa transmitida pela picada de um mosquito  e é endémica em várias dezenas de países, sobretudo nos continentes africano,  asiático e sul-americano. 

 

Lusa

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