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Palácio Real espanhol manifesta "máximo respeito" e "surpresa" por princesa ir a tribunal

O palácio real de Espanha manifestou na quarta-feira o seu "máximo respeito" pela decisão judicial de nomear a princesa Cristina como suspeita num caso de corrupção, infligindo um golpe profundo no prestígio da família real.

Cristina de Bourbon e o marido, Iaki Urdangarin (Reuters/ Arquivo)
© Albert Gea / Reuters

Um porta-voz do palácio disse à AFP que a casa real manifesta o "máximo  respeito", mas também "quis expressar a sua surpresa pela mudança da posição"  do juiz, que em março de 2012 declinou nomear a princesa como suspeita no  caso, disse.  

A decisão, que se traduz em que pela primeira vez um familiar direto  do rei é chamado a aparecer em tribunal por suspeitas de más práticas, suscitou  uma reação de "surpresa" no palácio real.  

A princesa, de 47 anos, vai ter de testemunhar como suspeita em 27 de  abril no tribunal de Palma, na ilha mediterrânica de Maiorca, decidiu o  juiz José Castro. 

O caso, que foi aberto no final de 2011, está centrado em alegações  de enriquecimento ilícito e exercício de influência contra o seu marido,  o antigo jogador olímpico de andebol Inaki Urdangarin e o ex-sócio deste  Diego Torres. 

O par é suspeito de se apropriar de dinheiro pago por governos regionais  para a realização de estágios desportivos e acontecimentos turísticos ao  Instituto Noos, presidido por Urdangarin entre 2004 e 2006. 

A princesa, que ocupa a sétima posição na linha de sucessão ao trono,  parecia ter evitado ser envolvida no caso.  

Mas o juiz disse que as provas, incluindo mensagens de correio eletrónico  fornecidas ao tribunal pelo antigo sócio do seu marido, levantaram dúvidas  sobre se de facto ela ignorava o que passava com as operações da Noos. 

Se o caso fosse encerrado sem ouvir a princesa, que pertencia à administração  da Noos, seria "desacreditar a máxima que diz que a justiça é igual para  todos", afirmou.  

A princesa, que trabalha como diretora de programas de bem-estar social  da fundação do grupo financeiro La Caixa, baseado em Barcelona, é acusada  de autorizar o uso das suas relações pelo Noos.

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