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Escassez de alimentos afeta 6 milhões de pessoas no sul de África

A escassez de alimentos no sul de África põe em risco de desnutrição e de doença 6 milhões de pessoas, especialmente em Angola, no Zimbabué, Lesoto e Malaui, advertiu hoje a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

"Milhões de pessoas em todo o sul de África estão a pagar o preço dos  contínuos ciclos de seca severa seguidos de inundações. Não é uma crise,  é uma situação que se tornou crónica", explicou em conferência de imprensa  a porta-voz da Federação, Jessica Sallabank. 

Os países mais afetados são o Malaui, onde dois milhões de pessoas estão  em risco de sofrer de falta de alimentos, Angola, com mais de 1,8 milhões,  Zimbabué, com 1,6 milhões de pessoas em zonas rurais, e o Lesoto, onde mais  de 700 mil pessoas se encontram em situação similar.   

"Os ciclos de seca e inundações estão a destruir as culturas, o gado  e o fornecimento de água potável. A população não tem o suficiente para  comer ou água para beber. Doenças como a malária, a diarreia e a cólera  são comuns", afirmou Sallabank, citada pela EFE. 

Esta situação atinge mais gravemente os doentes com SIDA, dado que a  região concentra mais de 30 por cento do total de infetados no mundo. 

"Lesoto, Malaui e Zimbabué têm uma alta taxa de SIDA, que afeta mais  de 10 por cento da população. No Lesoto, mais de 23 por cento estão infetados",  precisou.  

Neste contexto, a falta de alimentos pode prejudicar os esforços para  impedir a expansão da doença, já que os tratamentos produzem mais danos  nos estômagos sem alimentos. 

Por outro lado, a Cruz Vermelha mostrou preocupação com o número crescente  de mulheres e raparigas que se prostituem - em muitos casos obrigadas -  para obter alimentos para a família. 

"É necessário que aumentem as doações, bem como o esforço coordenado  dos governos, empresas e agências humanitárias e de desenvolvimento para  aliviar o sofrimento destas pessoas", indicou. 

Sallabank disse que os países mais afetados pela falta de fundos são  Angola, que só recebeu um quarto de um total de 1,3 milhão de euros que  constavam do pedido de fundos, e o Lesoto, com apenas 17 por cento. 

Lusa

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