Numa entrevista telefónica à agência noticiosa francesa AFP, a partir de Gorakhpur, uma cidade da província de Uttar Pradesh (norte), o jovem, de 28 anos, falou também sobre o trauma de não ter conseguido salvar a namorada.
"Que posso dizer? Nunca mais devíamos ver a crueldade que vi. Tentei lutar contra os homens (...) e supliquei várias vezes que a deixassem sair", confidenciou o jovem.
A 16 de dezembro, e após uma ida ao cinema, uma estudante de fisioterapia, de 23 anos, apanhou um autocarro com o namorado.
Um grupo de homens, que estava no autocarro, violou repetidamente e agrediu sexualmente a estudante com uma barra de ferro e espancou o jovem. Os dois jovens seriam depois atirados para fora do veículo.
A vítima acabou por morrer 13 dias depois, num hospital de Singapura, para onde foi transferida dada a gravidade das lesões sofridas, sobretudo cerebrais e abdominais.
A violência do crime desencadeou protestos de milhares de pessoas contra a impunidade de que os violadores gozam na Índia, onde apenas cerca de um quarto dos casos denunciados às autoridades conduzem a uma condenação.
Seis pessoas, incluindo um menor de idade, foram detidas pouco tempo depois da agressão.
Cinco suspeitos, com idades entre os 19 e os 35 anos, foram acusados formalmente na quinta-feira pelos crimes de homicídio, sequestro, violação e tentativa de destruição de provas.
Se forem considerados culpados, os suspeitos podem ser condenados à pena de morte.
Lusa