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Seca no sul do país: agricultores pedem declaração do estado de calamidade

Caso não seja declarado, muitos produtores agrícolas e de gado terão de reduzir o efetivo, ou até mesmo deixar de produzir. Aguardam agora pela resposta do Ministério da Agricultura, na esperança de poderem continuar a atividade agrícola.

Tomekbudujedomek

SIC Notícias

A seca no Alentejo e no Algarve está cada vez mais grave, o que já fez com que os agricultores alentejanos enviassem uma carta à ministra da Agricultura a pedir que seja decretado o estado de calamidade. Já alguns produtores vinícolas do sul do país viram-se obrigados a arranjar soluções para combater a seca extrema.

José Rodrigues é agricultor há mais de 60 anos e diz que nunca assistiu a um ano como este. Os cereais, que semeou no outono, estão agora secos.

O produtor agrícola garante que este ano a colheita será pouca ou nenhuma. Os poucos cereais que conseguir colher servirão, maioritariamente, para alimentar o gado.

A alimentação dos animais é outra preocupação, uma vez que "não haverá palha" para dar ao gado durante o verão.

Perante esta assustadora realidade, a Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo pediu, por carta, à Ministra da Agricultura que seja decretado o Estado de Calamidade.

Se o pedido não for atendido, muitos agricultores não conseguirão cumprir os compromissos que estão estipulados, o que fará com que sejam penalizados.

Abate de animais pode ser uma hipótese

Se os apoios continuarem sem chegar, pouco há a fazer e a solução, para muitos, pode passar por mandar abater os animais que possuem.

Reduzir o efetivo é a última coisa que os produtores querem fazer. Aguardam agora pela resposta do Ministério da Agricultura, na esperança de poder continuar a atividade agrícola.

Alguns produtores algarvios adotam soluções alternativas

Também no Algarve, a seca extrema está a obrigar a soluções extremas. Em Lagoa, por exemplo, uma produção vinícola está ameaçada pela intrusão de sal na água do furo de rega.

A dois quilómetros em linha reta, da Quinta das Capinhas, está o mar. Poderá ter sido essa proximidade que, desde há dois anos, colocou em risco os dois hectares de vinha.

De repente, a habitual rega feita com água de um furo, começou a ameaçar a produção por apresentar valores de salinidade superiores ao desejado.

Água dos furos tem vindo a perder qualidade

Sem chuva relevante há vários anos consecutivos, a água dos furos foi baixando de nível e de qualidade.

Com o investimento recente na vinha, a Quinta dos Capinhas optou por uma solução pouco convencional no ramo: sem acesso à água da barragem, investiu em painéis fotovoltaicos e em mais de 75 mil euros em equipamento para retirar o sal da água.

Graças à nova estratégia de rega, a quinta conta conseguir este ano aumentar a produção de vinhos brancos, tintos e rosé.

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