Violência em Moçambique

Violência em Moçambique: 16 mortos, mais de 100 feridos e 500 detidos, Governo admite excessos da polícia

Pelo menos 16 pessoas morreram em Moçambique, nas últimas duas semanas, vítimas da violência policial. Mais de 100 foram alvejadas pela polícia nos protestos que se seguiram ao anúncio dos resultados das eleições de 9 de outubro.

Susana André

Centenas de médicos saíram esta terça-feira à rua na capital moçambicana para pedir o fim da violência policial e o respeito pelos direitos humanos, no país. Foi a primeira vez, desde o início dos protestos, que a polícia não carregou sobre os manifestantes, fazendo vítimas.

O ministro moçambicano da Defesa admitiu que houve excessos por parte das forças de segurança, mas sustentou que a polícia se limitou a reagir à ação dos manifestantes. Declarações que se seguiram às críticas feitas pela Ordem dos Advogados que condenou a violência policial e lembrou que as manifestações correspondem ao exercício de direitos fundamentais.

Os protestos em Moçambique contestam os resultados das eleições presidenciais de 9 de outubro.

Duas semanas depois, a Comissão Nacional de Eleições anunciou a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, partido no poder há 50 anos.

Os resultados, que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional, foram contestados por toda a oposição. Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique, que ficou em segundo lugar,
apelou a uma paralisação geral em todos os setores e manifestações durante uma semana, a partir de 31 de outubro, e uma grande marcha na capital do país, dia 7 de novembro.

Milhares de pessoas deixaram já as províncias de origem e estão a encaminhar-se para Maputo, para um protesto que poderá ser monumental.

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