A Agência Europeia do Medicamento disse esta sexta-feira que os benefícios da vacina da AstraZeneca superam os riscos em todas as idades. A decisão trata-se de uma análise provisória à vacina.
O regulador europeu continua a recomendar a segunda dose entre 4 a 12 semanas após a primeira toma e diz que os benefícios da vacina aumentam com a idade.
O uso vacina da AstraZeneca foi alvo de restrições na maioria dos países da União Europeia, devido aos casos muito raros de trombose que pode causar. A Dinarmarca, por exemplo, já anunciou que não o usaria mais.
A Comissão Europeia solicitou à EMA a realização de um novo estudo na sequência das preocupações de vários países europeus que optaram por limitar o uso da vacina a idosos.
O estudo "mostrou que os benefícios da vacinação aumentam com a idade", disse o regulador europeu em comunicado. "Os benefícios da Vaxzevria (o nome da vacina AstraZeneca) superam os riscos em adultos de todas as faixas etárias", acrescentou a EMA.
Em Portugal, a vacina da AstraZeneca está a ser recomendada apenas para pessoas acima dos 60 anos de idade, depois da polémica em torno da formação de coágulos sanguíneos. Esta recomendação pode vir a ser alterada com base na nova informação divulgada hoje pela Agência Europeia.
Os casos raros de coágulos sanguíneos ocorreram em cerca de uma em cada 100.000 pessoas que receberam a vacina, revelou a EMA.
"A Vaxzevria é eficaz na prevenção de hospitalizações, admissões em unidades de cuidados intensivos e mortes por covid-19", pode ler-se no comunicado.
"Os efeitos secundários mais comuns são, geralmente, leves ou moderados e melhoram em poucos dias", acrescentou.
Apesar de se suspeitar que os casos de coágulos sanguíneos eram mais comuns em mulheres, a EMA disse que "não há dados suficientes em toda a UE" para dizer que os riscos estão relacionados com o género.
Em todo o mundo, foram registados 287 casos de coágulos sanguíneos relacionados com a vacina da AstraZeneca, 25 casos relacionados com a da Pfizer, 8 com a da Johnson & Johnson e 5 com a da Moderna, de acordo com os números da Agência Europeia do Medicamento divulgados na terça-feira.
A AstraZeneca e Johnson & Johnson, baseadas na mesma tecnologia, são suspeitas de causar um tipo muito raro de coágulos sanguíneos.
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