Tensão EUA-Irão

PR do Irão diz que o seu país enfrentará os Estados Unidos

Se os EUA "querem cometer outro crime, devem saber que receberão uma resposta mais firme".

Hassan Rohani, o Presidente iraniano.
Lucas Jackson

Lusa

O Presidente do Irão disse esta quarta-feira que o seu país "não baterá em retirada" perante os Estados Unidos, depois dos ataques iranianos com mísseis a bases militares no Iraque usadas pelas tropas norte-americanas.

"Ficou claramente demonstrado que não estamos a bater em retirada diante dos Estados Unidos", disse Hassan Rohani no Conselho de Ministros.

Os ataques às bases foram uma retaliação pelo assassínio do general iraniano Qassem Soleimani, que morreu num bombardeamento com 'drone" em Bagdad ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira.

Se os EUA "querem cometer outro crime, devem saber que receberão uma resposta mais firme", disse Rohani, "mas se forem sábios, não farão mais nesta fase".

"Se (os EUA) realizarem ações suplementares, o nosso povo e as nossas forças armadas estão prontas a reagir", disse Rohani num discurso perante o seu governo que foi também transmitido na televisão estatal.

Mas "tudo isso não basta", acrescentou o líder iraniano pois, do seu ponto de vista, "a principal resposta aos Estados Unidos deve ser administrada pelas nações da região".

"Eles cortaram a mão do nosso querido Soleimani (...). Este deve ser vingado cortando-se as pernas dos Estados Unidos nesta região", disse o Presidente iraniano, retomando a linha oficial segundo a qual a morte de Soleimani deve ser um prelúdio da expulsão das tropas norte-americanas destacadas no Médio Oriente.

"Se as pernas dos EUA forem cortadas nesta região e a sua mão [malfeitora] for cortada para sempre, [teremos] a resposta verdadeira e final das nações da região à aos norte-americanos".

Mais de uma dúzia de mísseis iranianos foram lançados hoje de madrugada contra duas bases iraquianas com tropas norte-americanas, em Ain al-Assad e Erbil.

O ataque foi reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma "operação de vingança", em retaliação pelo assassínio por Washington do general Qassem Soleimani, comandante da sua força Al-Quds, na sexta-feira num ataque aéreo em Bagdad.

O Departamento de Defesa norte-americano confirmou que "mais de uma dúzia de mísseis" iranianos foram disparados contra as duas bases e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou na rede social Twitter que está em curso uma avaliação de vítimas e danos, mas que até agora "está tudo bem".

A televisão estatal iraniana referiu que aquela operação militar foi designada "Mártir Soleimani" e que matou "pelo menos 80 militares norte-americanos".

Segundo o diário britânico Guardian, além dos Estados Unidos e do Iraque, a Austrália, o Canadá e o Reino Unido também disseram que nenhum do seu pessoal foi morto ou ferido.

O ministro da Defesa Nacional disse que os militares portugueses no Iraque estão "fora de qualquer tipo de perigo", aquartelados a mais de 200 quilómetros dos locais onde caíram os mísseis iranianos.

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