Milhares gritam por vingança contra os EUA no Iraque
Em dia de cerimónias fúnebres do principal general iraniano e de um chefe paramilitar iraquiano mortos num ataque dos EUA, as ruas de Bagdad encheram-se de pessoas vestidas de pretocom bandeiras iraquianas e bandeiras de milícias apoiadas pelo Irão.
NATO suspende todas as missões de treino no Iraque
A decisão foi anunciada pelo porta-voz da Aliança Atlântica e surge depois da escalada de tensão, na sequência do ataque aéreo lançado pelos Estados Unidos.
A Nato treina no Iraque centenas de soldados, a pedido do país para impedir o regresso do Daesh. Há 30 instrutores portugueses que fazem parte da missão.
"Os EUA não perceberam o grande erro que cometeram"
No dia em que o principal general iraniano e um chefe paramilitar iraquiano vão a enterrar no Iraque, após serem mortos num ataque dos EUA em Bagdad, o Presidente do Irão Hassan Rohani, prometeu consequências para os Estados Unidos "não apenas hoje, mas ao longo dos próximos anos".
Durante uma reunião com a família do general morto em Bagdad, Rohani considerou o ataque realizado pelos Estados Unidos "permanecerá na história dos seus maiores crimes inesquecíveis contra a nação do Irão".
"A vingança do sangue do mártir Soleimani ocorrerá no dia em que virmos que, com a continuidade da luta, será cortada para sempre a mão maligna dos EUA na região", afirmou ainda Rohani, segundo um comunicado da Presidência iraniana.
Isto enquanto nas ruas de Bagdad, Milhares de iraquianos gritaram hoje "Morte à América", no cortejo fúnebre do principal general iraniano e de um chefe paramilitar iraquiano, mortos na sexta-feira num ataque aéreo dos Estados Unidos ordenado por Donald Trump.
Aumenta a tensão entre EUA e Irão
Um ataque aéreo ordenado por Donald Trump contra o aeroporto internacional de Bagdade, no Iraque, fez pelo menos sete mortos. Entre as vítimas mortais está o mais importante comandante militar iraniano, Qassem Soleimani.
Já ao final da noite desta sexta-feira, pelo menos seis pessoas morreram e três ficaram feridas com gravidade depois de um novo ataque aéreo norte-americano contra as Forças de Mobilização Popular do Iraque, no norte de Bagdade.
O clima de tensão acentua-se cada vez mais e há uma angústia mundial perante a possibilidade de uma guerra de consequências imprevisiveis.
O comandante da força de elite iraniana Al-Quds deixava o aeroporto quando o carro em que seguia foi atingido por mísseis.
De acordo com o Pentágono, o general estaria a planear novos ataques contra interesses norte-americanos na região. "Por ordem do Presidente, as forças armadas dos Estados Unidos tomou medidas defensivas decisivas para proteger o pessoal norte-americano no estrangeiro, matando Qassem Soleimani", disse o Departamento de Defesa norte-americano, em comunicado.
Qassem Soleimani foi morto num ataque aéreo que também visou o número dois da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular.
Irão descreve ataque dos EUA como "ato de guerra"
Guardas da Revolução do Irão prometem vingança
Os Guardas da Revolução, o exército ideológico da República islâmica do Irão, pediram vingança pela morte de Soleimani. Um porta-voz deste exército avançou que os Guardas e a "Resistência" vão "iniciar um novo capítulo a partir de hoje".
"A breve alegria dos norte-americanos e dos sionistas transformar-se-á em luto", assegurou o porta-voz, Ramezan Sharif, em declarações feitas na televisão estatal. Esta morte "fortaleceu a nossa determinação de nos vingarmos dos assassinos Estados Unidos e dos opressores sionistas e isso vai acontecer", acrescentou, antes de começar a chorar.
"Soleimani juntou-se aos nossos irmãos mártires, mas a nossa vingança contra a América será terrível", afirmou ainda o ex-chefe da Guarda Revolucionária Mohsen Rezai, numa mensagem publicada no Twitter.
Embaixada dos EUA em Bagdade pede aos americanos que abandonem o Iraque
A embaixada norte-americana em Bagdad, atacada na terça-feira por pró-iranianos, apelou hoje aos seus cidadãos que deixem o Iraque "imediatamente”.
A representação diplomática dos EUA pediu aos norte-americanos no Iraque “que partam de avião o mais rápido possível" ou saiam “para outros países por via terrestre".
Gueterres pede aos líderes mundiais que “não permitam outra guerra no Golfo"
O secretário-geral da ONU, António Guterres, avisou que "o mundo não pode permitir outra guerra no Golfo”.
Num curto comunicado divulgado esta sexta-feira, António Guterres apela "aos líderes para mostrarem o máximo de contenção" neste momento de tensão, sobretudo numa altura em que o Irão pede vingança pelo ataque.
Reações políticas ao aumento de tensão entre os dois países
O clima de guerra entre os Estados Unidos da América e o Irão está a preocupar a comunidade internacional, que teme uma escalada de violência.
Nas reações políticas ao ataque norte-americano, há uma ideia transversal.