O ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse esta terça-feira que "é possível" que o país tenha sido enganado com o negócio dos aviões Airbus para a TAP e que, a confirmar-se, é preciso exigir a revisão dos contratos". Depois de um silêncio de quase meio ano, o ex-ministro regressou ao Parlamento para atacar o PSD no negócio de privatização da TAP. José Gomes Ferreira faz uma análise à audição de Pedro Nuno Santos e deixa uma questão - "Porque é que deixaram a empresa descambar?".
“Esta audição é muito importante, vem recentrar aquilo que tem sido uma análise muito sobre o chamado folclore”, diz José Gomes Ferreira e sublinha que “aquilo que foi tratado hoje é muito mais importante”.
Na audiência na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, o ex-governante falou numa operação que lesou o Estado e recusou dar resposta às perguntas dos deputados sobre as mais recentes polémicas que envolvem a TAP.
O ex-ministro disse que essas questões serão esclarecidas na próxima semana, quando regressar para a Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP. Esta manhã, não deixou de se autoelogiar pelo seu próprio desempenho no tempo em que esteve no Governo e lançou acusações ao Executivo PSD.
José Gomes Ferreira destaca “a insistência de Pedro Nuno Santos ao dizer que é preciso investigar aquilo que decorreu das auditorias feitas ao facto da TAP estar a pagar a mais” e sublinha que “a TAP está a pagar mais pelos aviões e vai pagar mais até ao fim dos leasings”.
A maior fragilidade de Pedro Nuno Santos é dizer que “o Estado assistiu à privatização da empresa, ficando ele com as responsabilidades, e assim que o PS foi poder, a primeira coisa que faz é tentar que o Estado volte a ter 51% de capital”, diz José Gomes Ferreira que, perante as críticas do ex-ministro à privatização, deixa uma questão: “Porque é que deixaram a empresa descambar?”.