De acordo com a última atualização de dados disponível na página de internet da DGS, mais de metade dos casos (61%) ocorreram em pessoas não vacinadas, 42% em profissionais de saúde e quase metade (45%) dos casos confirmados precisaram de internamento.
O boletim epidemiológico da DGS indica, ainda, que a região de Lisboa e Vale do Tejo é aquela que apresenta mais casos confirmados (22), 12 dos quais em pessoas não vacinadas e um óbito. Oito dos 22 casos confirmados na Região de Lisboa e Vale do Tejo precisaram de internamento, no entanto todos os doentes já tiveram alta.
Na região do Algarve, a DGS registou sete casos confirmados de sarampo, cinco dos quais em não vacinados. Quatro dos casos ocorreram em crianças com idade inferior a um ano e todas as cinco pessoas que precisaram de internamento já tiveram alta. A DGS registou ainda um caso (importado) na região Norte, de uma criança na faixa etária 1-4 anos que não estava vacinada, necessitando de ser internada, porém já teve alta hospitalar.
Na região do Alentejo foi, igualmente, registado um caso (importado) de uma criança do grupo etário 5-9 anos que não estava vacinada.
No passado mês de abril, depois da morte de uma jovem de 17 anos com sarampo, o Governo emitiu um despacho que impunha às escolas um comunicado aos delegados de saúde, dos casos de alunos cujas vacinas não estivessem em dia, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação (PNV). O objetivo de as escolas transmitirem esta informação aos delegados de saúde prende-se em, segundo o despacho, "promover o aconselhamento e esclarecimento adequados", bem como sensibilizar as famílias para os benefícios da vacinação.
Já na semana passada, numa entrevista ao jornal Público, o ministro da Saúde admitiu a hipótese de os pais terem de assinar durante as matrículas escolares um documento que funcionará como uma responsabilização moral para quem opta por não vacinar os filhos. O ministro Adalberto Campos Fernandes garantiu, no início deste mês, não haver razões para "medidas de natureza restritiva ou punitiva" quanto à vacinação de crianças, defendendo antes "diálogo com os cidadãos".
As vacinas do PNV, que são gratuitas, não são obrigatórias, mas geralmente as escolas, públicas e privadas, requerem o boletim vacinal dos alunos no ato da matrícula ou da inscrição.
A vacinação é o meio de prevenção mais eficaz contra o sarampo, uma doença altamente contagiosa e que, ainda que, geralmente, tenha evolução benigna, pode gerar complicações graves e até levar à morte.
Lusa