Saúde Mental

Telemóveis e redes sociais podem tornar-se "uma espécie de droga leve" ao alcance dos adolescentes

Em entrevista na SIC Notícias a propósito da petição contra o uso de telemóveis nas escolas, o psicólogo Eduardo Sá renova o alerta: “O uso excessivo dos telemóveis faz mal aos adolescentes”.

SIC Notícias

Uma petição contra o uso de telemóveis nas escolas conta já com mais de 7.950 assinaturas. O objetivo é reduzir a exposição das crianças aos ecrãs de smartphones e que os momentos de descanso e intervalo sejam vividos sem contacto com esse tipo de aparelhos. Em entrevista na SIC Notícias, o psicólogo Eduardo Sá, apoia esta iniciativa e renova o alerta: “O uso excessivo dos telemóveis faz mal aos adolescentes”.

“Não podemos fazer com que os telemóveis e nomeadamente as redes sociais onde navegam todos os dias sejam uma espécie de droga leve que está francamente aberta ao acesso de todos os adolescentes. Isso é que não pode ser!”, realça Eduardo Sá.

A iniciativa quer diminuir os casos de cyberbullying e contacto com conteúdos impróprios. A petição tem como base uma carta que será enviada ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro e ao ministro da Educação.

A petição propõe “que as escolas estejam equipadas com caixas, cacifos ou armário próprio onde, à primeira hora, os telemóveis sejam guardados e que no final da última hora, os alunos os recolham. Desta forma, os alunos continuam a poder contactar ou ser contactados pelos pais quando chegam à escola e passam a poder fazer atividades de recreio, mas sem utilizar o telemóvel”.

Em “vários países e algumas escolas em Portugal” já se avançou com medidas para proibir e limitar a utilização de telemóveis nas escolas, quer em espaços letivos, como em espaços não letivos. À SIC Notícias, Eduardo Sá mostrou-se esperançado de que no próximo ano letivo haja mais escolas a seguir estes exemplos.

A petição sublinha que “é nesta fase de mudança que se reforçam e criam novos laços de amizade, tão importantes na criação de relações de confiança entre pares. Deve ser prioridade estimular e fomentar a interação verdadeira, cara-a-cara, para que as crianças possam demonstrar as suas emoções através de expressões faciais e não através de um ecrã”.

“Consideramos que permitir a utilização de telemóveis nos recreios está a alterar os padrões de socialização das crianças e a sua integração de forma saudável.”

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