Um estudo da Universidade de Évora revelou que um quinto dos estudantes universitários sofre de algum tipo de doença mental, como depressão e ansiedade. Constatou-se ainda que a pandemia teve impacto nestes valores.
O estudo reuniu 3.143 respostas a inquéritos lançados, simbolicamente, no Dia Mundial da Saúde Mental do ano passado, 10 de outubro de 2022.
Metade dos casos foram diagnosticados depois da data de início da situação mundial pandémica causada pela covid-19. O ensino à distância acabou por tornar a vida universitária mais complicada, o que tem preocupado os especialistas e professores.
"Grande parte dos estudantes tem pensamentos de morte. Uma provável ideação suicida", afirma Lara Pinho, professora e coordenadora do estudo da Universidade de Évora.
Cerca de 23% dos participantes revelaram que tomam medicação para ansiedade, depressão, insónias ou outro problema psíquico. Os fatores que contribuem para esta elevada taxa vão desde o nível socioeconómico ao facto de ser mulher.
"As mulheres têm pior saúde mental do que os homens, ou então, relatam mais”, diz a coordenadora.
Mais de 19% dos estudantes que participaram no estudo referem que já lhes foi diagnosticado algum tipo de doença mental e, destes, quase metade foi diagnosticada após o confinamento. Os próprios estudantes têm essa consciência:
"Passamos a maior parte do nosso tempo nas redes sociais. O próprio ensino não era tão concreto, não aprendemos tanto como aquilo que devíamos”, conclui.
Do estudo que envolveu sete instituições de ensino superior portuguesas e 10 estrangeiras da Europa e América do Sul, pretende-se criar um modelo de promoção de saúde mental dos estudantes universitários para que estes consigam ultrapassar barreiras e lidar melhor com as doenças que comprometem a saúde mental.