A Direção-Geral da Saúde (DGS), os Serviços Partilhados do Ministérios da Saúde (SPMS) e o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) lançam recentemente a campanha “Quando ligar SNS 24 ou INEM?”. O objetivo é sensibilizar os cidadãos para o uso muitas vezes “desadequado” das respetivas linhas.
Com o objetivo de proporcionar uma melhoria da qualidade de atendimento e garantir a acessibilidade dos utentes ao organismo mais competente para prestar o serviço pretendido em cada momento, a campanha compara problemas de saúde não emergentes e situações que podem envolver risco de vida, clarificando desta forma quando se deve utilizar para o SNS 24 ou INEM.
No ano passado, a linha SNS 24 atendeu mais de nove milhões de chamadas, o maior número de sempre. Já os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM receberam mais de 1.5 milhões de chamadas, “o número mais elevado desde que há registo”, sendo que destas chamadas mais de 103 mil “foram transferidas para o SNS 24, o que representa uma média de 280 chamadas por dia que foram consideradas não urgentes”.
Mais. Esse número - mais de 103 mil chamadas transferidas - corresponde a “um aumento de 10% face a 2021”, ou seja, comunicações que foram feitas para a linha errada.
Perante esta tendência e para “melhorar a qualidade do atendimento”, e a “literacia em saúde dos cidadãos”, DGS, SPMS e INEM uniram esforços para que os recursos de emergência médica sejam bem direcionados, evitando “atrasar respostas críticas no tempo e ocupar recursos de forma errada”.
Quando ligar para o SNS 24 (808 24 24 24)?
O Centro de Contacto do Serviço Nacional de Saúde – SNS 24 através do Serviço de Triagem, Aconselhamento e Encaminhamento tem como missão “avaliar e orientar os cidadãos perante um problema de saúde não emergente”. Através de um contacto telefónico “é feita a triagem (…) e o respetivo encaminhamento para o nível de cuidados adequado– autocuidados, cuidados de saúde primários, serviços de urgência, INEM ou Centro de Informação Antivenenos”.
Eis alguns exemplos em que o SNS 24 deve ser a sua opção:
- dor ligeira a moderada (ex.: garganta, barriga);
- tosse persistente;
- febre;
- náuseas ou vómito alimentar;
- diarreia;
- alteração da tensão arterial (sem outras queixas);
- choro persistente da criança;
- comichão ou alterações da pele.
Quando fizer a chamada há alguns dados que deve ter por perto, tais como o número de utente do SNS. Caso não seja o próprio utente/doente a contactar, deve ter os dados de identificação do mesmo.
Quando ligar para o INEM (112)?
O INEM é responsável por “garantir a prestação de cuidados de emergência médica a vítimas de acidente ou de doença súbita, desde o local da ocorrência até à unidade de saúde”. Através do número europeu de emergência (112), o INEM “dispõe de múltiplos meios para responder com eficácia a situações de emergência médica”.
Eis alguns exemplos de situações graves e de emergência:
- alteração do estado de consciência;
- suspeita de AVC (alteração da fala, face ou força);
- engasgamento (após tentar ajudar);
- dificuldade em respirar;
- acidentes com feridos (s);
- dor no peito;
- hemorragias abundantes ou incontroláveis;
- queimaduras graves ou em zonas sensíveis.
Em qualquer uma das situações acima descritas, deve indicar a localização, responder “a todas as questões que lhe são colocadas” e, atenção, só deve “desligar a chamada” quando lhe for dada essa indicação.
Recorde-se que ao respeitar estas indicações estará não só a contribuir para a “boa utilização" destas linhas telefónicas mas, sobretudo, para não comprometer os recursos de forma errada.