O Chega anunciou, esta quarta-feira, que vai abster-se na votação da proposta do PS para o aumento de pensões. André Ventura defende que o problema das pensões tem de ser um desígnio nacional.
“O Chega vai viabilizar no Orçamento do Estado, na especialidade, o aumento das pensões”, revelou, esta tarde, André Ventura, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República.
O líder do Chega alega que, se o Orçamento do Estado do Governo de Luís Montenegro mantém um elevado “nível de atribuição de subsídios” e de “carga fiscal”, então também consegue “aumentar de forma razoável o valor das pensões”.
André Ventura adiantou que o partido – que também apresentou uma proposta de subida das pensões, para quem ganha até 1018 euros – vai abster-se e, deste modo, viabilizar as propostas de outros partidos que contemplem aumentos para os pensionistas.
“O Chega vai votar favoravelmente, como é óbvio, a sua proposta de aumento de 1,5% e vai abster-se em todas as outras propostas que sejam de aumento de pensões (...), desde que mantenham um nível de responsabilidade orçamental efetiva”, declarou Ventura.
A oposição prepara-se, assim, para aprovar o aumento extra das pensões, na fase de especialidade, que decorre até ao fim da próxima semana, contra a vontade do Governo. O PS propõe um aumento das pensões para quem ganha até 1566 euros mensais.
O PSD preferia, no entanto, repetir um pagamento extraordinário aos pensionistas, no próximo ano, e apenas se houvesse folga nas contas para tal.
Os sociais-democratas pediram, entretanto, à Unidade Técnica de Apoio Orçamental para avaliar o impacto da proposta do PS nas contas públicas, sendo que os socialistas falam num custo de 265 milhões de euros, dentro da margem orçamental.